"Vilma: a confiança inabalável na força da mulher"
- NOVACULTURA.info
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Sempre que pensamos nela, ela vem à mente como uma brisa fresca. Sempre sorridente, transbordando empatia, calor humano, otimismo e energia.
Essas são qualidades essenciais de liderança, e Vilma, a nossa, tinha todas elas e mais – porque a elas somou a humildade, a inteligência de agir em função do que é justo, uma alma profundamente cubana e uma compreensão precoce e única do caminho que as mulheres deveriam e poderiam percorrer.
Por isso ela se apaixonou pela Revolução, com uma intensidade sincera e tenaz – porque, para mudar o rumo e o destino das cubanas, era preciso primeiro transformar a situação deplorável do país, onde muitas mulheres sofriam com o abandono, a falta de proteção e o desvio desmedido de dinheiro para os bolsos de corruptos. É muito difícil sonhar quando a dignidade é a maior das carências.
Assim, ela direcionou sua vida. E, se as leis do destino existem, Vilma Espín não teve outro senão o de se entregar para sempre, primeiro, a transformar a Pátria no lugar que seu povo merecia e, depois, a abrir cada porta pela qual a mulher cubana pudesse caminhar ereta, livre de amarras.
Não foi da noite para o dia, claro. O triunfo revolucionário não trouxe a emancipação por si só. Mas quando pensamento avançado e consciência nobre se unem, a realidade – por mais imutável que pareça – pode mudar profundamente, como a própria Revolução demonstrou. E assim, com a perseverança de uma escultora moldando a argila, detalhe por detalhe, aquela mulher excepcional – que já havia conquistado, por mérito próprio, um lugar privilegiado na admiração e no respeito de seus companheiros de luta – ganhou também o direito de liderar a “revolução dentro da Revolução”, que não foi apenas dignificar a mulher, mas dar-lhe seu espaço como construtora de uma sociedade onde seu esforço foi, é e sempre será indispensável para tudo.
Com Vilma à frente e com o apoio incondicional de Fidel, nasceu em Cuba a Federação das Mulheres Cubanas, que nunca traiu seus princípios fundadores e que, como ela acreditava e como o Comandante-em-Chefe previu, sempre teve duas frentes inquestionáveis de combate: os direitos, não apenas das mulheres, mas de todas as pessoas, e a defesa da Revolução.
Há centenas de exemplos do legado de Vilma, da forma como ela semeou afeto em cada canto de sua terra amada, da sensibilidade infinita que a caracterizou.
Como membro de uma geração que alcançou a mais radical transformação na história de Cuba, ela adquiriu maturidade suficiente para entender que a mudança social exigia políticas públicas profundas – e ela foi idealizadora e impulsionadora de muitas delas. Até mesmo em seu legado reconhecemos algumas das mais recentes, como o Código das Famílias, o Programa para o Avanço das Mulheres e o atual caminho para a aprovação do Código da Infância, Adolescência e Juventude.
Ela sempre apelou ao respeito pelo outro e defendeu a integração social de todas as pessoas, consciente de que isso significava romper estereótipos, mitos e cânones – mas era necessário para que o processo revolucionário se libertasse de traços discriminatórios.
Vilma foi uma filha de seu tempo em toda a dimensão da palavra, mas também um exemplo nascido para perdurar. Seu nome está gravado ao lado de Ana Betancourt, Amalia Simoni, Brígida Zaldívar, Celia Sánchez Manduley, Melba Hernández, Haydee Santamaría...
Ser mulher e cubana implica uma dose de heroísmo. Os tempos que vivemos exigem que salvemos essências que as carências e as dificuldades atacam com ferocidade. Como nunca antes, é vital acompanhar nossas meninas, adolescentes e jovens, empoderando-as de seus direitos, para que a vulnerabilidade não as coloque em desvantagem – mas, sobretudo, para que acreditem em seu potencial e para que esta sociedade continue abrindo o caminho que as leve à plena realização pessoal.
Isso é o que Vilma desejaria. Nisso ela colocaria – como fez em vida – toda a sua energia pura e inesgotável, porque seu maior mérito foi acreditar, incondicionalmente, na força da mulher, em sua fidelidade à Pátria e em sua capacidade transformadora, tão excepcional quanto inquestionável.
Do Granma