Fomentar a luta pela redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1

Nas últimas semanas a repercussão da campanha do Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), pelo fim da jornada de trabalho na escala 6x1 cresceu tanto nas redes sociais quanto nas ruas, o que levou a questão a ganhar o protagonismo na grande mídia e entre os congressistas brasileiros que tiveram que pautar a discussão.

Não é à toa que a reivindicação ganhe uma repercussão massiva e de grandes proporções. Os efeitos degradantes para a vida daqueles trabalhadores e trabalhadoras são compreensíveis para todos, seja qual foi a forma da sua jornada de trabalho. A vida dos trabalhadores brasileiros se degrada cada vez mais, com o aumento crescente do custo de vida, condições de trabalho cada vez mais precarizadas, que faz com que os problemas financeiros e de saúde se acumulem.

Por isso é dever de todos os comunistas e progressistas brasileiros a apoiar ativamente essa luta, que se impõe como fundamental diante de um cenário recente, no qual a classe trabalhadora sofreu esmagadoras derrotas, como a Reforma Trabalhista imposta em 2017 sem a devida resistência das Centrais sindicais e dos partidos da “esquerda da ordem”.

Devemos não somente fomentar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras pela reconquista dos direitos laborais roubados e por condições de trabalho mais justas e dignas, mas também buscar superar as limitações impostas pelo oportunismo nesse processo ao longo das últimas duas décadas.

Ao contrário do que tentam nos fazer pensar, as lutas proletárias seguem ocorrendo, sejam por melhores salários, melhoria de condições de trabalho ou contra privatizações. Contudo, acabam por ficar isoladas, sem alcançar a dimensão necessária.

É preciso mobilizar e a luta contra o fim da escala 6x1 conectando com as demais lutas dos trabalhadores, tanto pelos direitos trabalhistas negados, quanto a defesa do funcionalismo público e os cortes de gastos na saúde e na educação.

Não será colocando as esperanças nas mãos dos parlamentares e sua boa vontade que esta e outras reivindicações terão sucesso. Somente com a luta organizada e unificada a classe trabalhadora brasileira poderá avançar e garantir mais direitos trabalhistas e sociais, diante de um contexto político que avança cada vez mais ao neoliberalismo e a superexploração do nosso povo.

Lutar pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários é uma bandeira fundamental para a luta proletária brasileira, a exemplo do que ocorre em diversas partes do mundo, a partir da campanha levada a cabo pela Federação Sindical Mundial (FSM) pela jornada de trabalho de 35 horas semanais.