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Kim Il Sung: "Derrubemos o Imperialismo"


Camaradas, reunimo-nos hoje, aqui, com a total determinação de nos lançar à sagrada luta revolucionária pela independência da Coreia [1]. Até então, tivemos vários estudos e discussões sobre o caminho para a independência da Coreia e os métodos de luta. No curso disto, encontramos o caminho que devemos seguir e qual método empregar na luta. Para libertar as massas populares da escravidão colonial, como declaramos solenemente em nossa revolução, devemos lutar contra o imperialismo japonês até o fim. O imperialismo invade e saqueia outros países através de todos os meios possíveis. Nos dias de hoje, o imperialismo viola os direitos de autodeterminação das nações colonizadas, oprime-as e as explora brutalmente. O imperialismo japonês reforça a mais bárbara tirania colonial na Coreia. Desde a ocupação do mesmo em nossa linda terra, os imperialistas japoneses passaram por cima dos direitos do povo à autodeterminação e mantiveram nossos vinte milhões de compatriotas sob a pior opressão colonial, sem precedentes, sujeitando-os a um terrível saque. Eles levantaram instituições tirânicas, gendarmes, postos policiais, e seguem consolidando-os. O número de postos de gendarmes e policiais na Coreia é calculado em milhares. Eles estão levantando uma enorme máquina burocrática de opressão para reprimir os direitos elementares do povo à liberdade de expressão, de imprensa, assembleia e demonstração. Estão detendo, prendendo e torturando pessoas inocentes. Recentemente, mandaram para o tribunal um grande número de estudantes e jovens envolvidos no Movimento Independentista Dez de Junho [2] para puni-los de forma severa. Eles derrubam o povo coreano brutalmente não só em nosso território como também no exterior. As atrocidades de larga escala em Jiandao, em 1920 [3], e o massacre de coreanos na época do terremoto de Kanto [4] em 1923 são apenas dois exemplos. Consequentemente, não passa um dia sequer sem que o sangue dos coreanos seja derramado em todos os lugares onde os imperialistas japoneses põem seus sujos pés. Economicamente, eles também sujeitam nosso povo à mais bárbara exploração. Tratam nossos operários como animais nas fábricas e nas minas, pagando a eles salários de fome. Estão despojando a Coreia de seus recursos minerais e riquezas. Apossaram-se de centenas de milhares de hectares de terra fértil nas planícies das três províncias do sul e em outra parte da Coreia, saqueando uma colossal quantidade de grãos. Como resultado disso, nosso povo mal consegue vestimentas e é reduzido a viver de raízes de plantas e cascas de árvores. Muitos saem para locais no exterior para conseguirem sustento. A Coreia está agora reduzida a um objeto de ilimitada exploração e pilhagem pelos imperialistas japoneses, e se tornou uma terra negra de fome e pobreza sem precedentes. Devido à ocupação pelos agressores imperialistas japoneses, nossa Coreia, que é celebrada por sua história contínua de cinco mil anos, perdeu seu brilho e o povo sofre grandemente. Tal situação mostra claramente o quão miserável é uma nação que é privada de sua soberania pelos imperialistas. Centenas de milhões de pessoas de dezenas de colônias dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e outras potências imperialistas sofrem da mesma miséria na qual se encontra nosso povo. Esse fato prova eloquentemente que os japoneses e todos os outros imperialistas são causa raiz de todos os sofrimentos e dificuldades sofridos pelas massas proletárias e povos oprimidos das colônias, assim como seus inimigos mortais. O imperialismo é um vampiro que vive do suor e do sangue dos povos colonizados, os imperialistas engordam em cima das colônias e colocam-nas como tábua de salvação. Contradições inconciliáveis são as que existem entre os imperialistas e os povos das colônias, e essas contradições estão aguçando com o passar do tempo. Por conta do caráter antagônico de tais contradições, elas não podem ser resolvidas através de “compromissos” e só deixaram de existir quando o imperialismo for derrubado. Enquanto o imperialismo não for destruído, é impossível falar num livre desenvolvimento das nações e na felicidade das massas proletárias oprimidas. Devemos destruir os agressores imperialistas japoneses e conquistar a independência da Coreia para assegurar a liberdade e a felicidade para nosso povo. Futuramente, devemos cumprir a causa sagrada de destruir o imperialismo no mundo inteiro para que as massas proletárias do mundo possam viver uma vida livre e feliz. Como, então, devemos lutar contra o imperialismo? Não devemos lutar da maneira como os ativistas nacionalistas fazem. Em primeiro lugar, seus princípios e suas políticas possuem sérias fraquezas. Como vimos na área de Huadian, eles pregam “restauração” da soberania nacional. Claro, tal asserção possui um aspecto positivo por se oporem aos agressores estrangeiros. Mas seu alvo é, em essência, restaurar a “monarquia”, que representa os interesses de um pequeno numero de pessoas que compõe a classe proprietária. Os nacionalistas estão tentando levar a cabo seus slogans não convincentes através da pequena força de uma pequena elite, não através de um movimento de massas envolvendo amplos setores da população. Com efeito, seus slogans pela “restauração” da soberania nacional e seus métodos pequenos são ineficientes para organizar e mobilizar as massas trabalhadoras e, de acordo, são mal sucedidas na luta contra o imperialismo. Por conta de sua adoração às grandes potências, os ativistas nacionalistas tentam conquistar a independência com a ajuda de outros países, não através das próprias forças. Durante o Movimento Primeiro de Março [5], os nacionalistas, que posavam de “representantes” da nação, eram fascinados pela ilusão da “doutrina da autodeterminação nacional” defendida pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson e pregavam a não-violência às massas, fazendo tolas tentativas de conquistar a “independência” através de “petições” e se apoiando em forças estrangeiras, sem sucesso. Apesar dessa enorme lição, os nacionalistas, ainda procuram a ajuda de países maiores, ao invés de tentarem conquistar a independência através da mobilização de nosso povo. Como acontece, os princípios dos ativistas nacionalistas, suas políticas e atitudes nada tem em comum com os interesses do proletariado que ocupa a imensa maioria da população. Os ativistas nacionalistas são desunidos e se lançam em rixas fracionistas. Como nossa experiência em Huadian e em outras províncias da parte sul da Manchuria mostra, todos eles falam em luta antijaponesa e em independência nacional, mas não estão unidos. Eles atuam em grupos separados, e até atacam uns aos outros. Estão até atuando aqui para levantar fundos de guerra e por uma área maior sob sua influência. Se atuarmos como os ativistas nacionalistas atuam agora, não poderemos nem derrotar os imperialistas japoneses nem conquistar a independência nacional. A experiência histórica e as lições da luta antijaponesa mostram-nos que devemos seguir um novo caminho da luta que é totalmente diferente do caminho dos ativistas nacionalistas. Devemos seguir o caminho Marxista, que leva à libertação das massas operárias oprimidas do jugo da tirania imperialista japonesa e as provem com a genuína liberdade e felicidade. O marxismo é a teoria mais progressista, revolucionária e científica da história. Sua verdade e seu poder foram provados claramente através da Revolução Socialista de Outubro na Rússia. Sob a bandeira Marxista, o proletariado russo combateu, derrubou a monarquia czarista e estabeleceu pela primeira vez no mundo um sistema social em que o povo oprimido vive uma vida feliz. Devemos seguir a bandeira invencível do Marxismo, cuja verdade e poder foi confirmada pela prática. Entretanto, não podemos lutar no mesmo caminho como alguns autodenominados defensores do marxismo lutam atualmente. Algumas pessoas que dizem estar engajadas no movimento comunistas tentam conquistar as pessoas para seus lados, cada uma delas posando como uma “elite” e atacando umas às outras. O comportamento de Kim Chan [6] em suavisita à Escola Uisuk Hwasong [7] mostra esse fato. Tais ações dividem as forças antijaponesas. Em vista da lição histórica da luta antijaponesa, devemos destruir o imperialismo japonês e conquistar a genuína independência da Coreia por nossos próprios esforços, através de um movimento de massas, não através dos esforços de algumas poucas pessoas de alto escalão, e se apoiando nas forças de nosso próprio povo, não em forças estrangeiras. Se o forte e corajoso povo coreano, que é orgulhoso de sua longa história e brilhante cultura, lutar com esforços unidos, poderá certamente derrotar os imperialistas japoneses e conquistar a independência da Coreia. Se o encorajarmos a lutar com unidade, devemos munir as amplas massas com ideias patrióticas antijaponesas e com a ideia progressista do Marxismo para despertá-las para a consciência nacional e classista. Para fazer isso, devemos empregar várias formas e métodos que estejam de acordo com suas características e nível de preparo – devemos levar a vigilância do inimigo em consideração. Enquanto isso, devemos construir vários tipos de organizações revolucionárias ilegais, e gradualmente mobilizar as massas de todos os campos em torno delas. Para que destruamos o imperialismo japonês e conquistemos a independência da Coreia através da organização das massas sob a bandeira do Marxismo, devemos formar primeiramente a organização revolucionária de nossos jovens comunistas. É sugerível que se nomeie essa organização de União para Derrotar o Imperialismo de acordo com sua missão, e abreviar seu nome para a sigla UDI. Pelo fato de a UDI assumir, em nome e em fato, a missão de derrubar o imperialismo, seu programa deve por como tarefa imediata a destruição do imperialismo japonês, inimigo jurado do povo coreano, e a conquista da independência e da libertação da Coreia, e ter como tarefa final a construção do socialismo e do comunismo na Coreia, derrubando no futuro todas as formas de imperialismo e construindo o comunismo pelo mundo. Para levar a cabo o programa da UDI, devemos, antes de tudo, fortalecer a UDI orgânica e ideologicamente. Os membros da UDI devem estudar o Marxismo profundamente e, em tal base, se unir com uma só mente e vontade. Por maior que seja o programa que a organização revolucionária defenda, ela não poderá cumprir sua missão enquanto seus membros não se unirem em ideologia e propósito. Em nossa organização, com efeito, devemos lutar contra as ações fracionistas e tendências evidenciadas entre os ativistas nacionalistas de alguns autodenominados ativistas comunistas. Se tais tendências aparecem, devemos rechaça-las completamente. Enquanto isso, devemos expandir e fortalecer a UDI com um novo conjunto de membros de jovens confiáveis que estão determinados a devotar seus corpos e mentes para lutar contra o imperialismo japonês. Os membros da UDI devem observar estritamente as regras da vida orgânica em suas atividades. Devem participar da vida orgânica com vontade, estabelecendo uma atmosfera revolucionária, obedecendo absolutamente todas as instruções da organização e mantendo os segredos da organização mesmo que isso signifique sacrificar a própria vida. Camaradas, A formação da UDI é uma declaração da batalha decisiva para destruir o imperialismo japonês, e uma confrontação contra o imperialismo a nível mundial. Nós, a juventude de vanguarda, devemos tomar a liderança dessa valiosa luta. Esta nobre missão recai sobre nós, que devem modificar o destino do país e da nação. Nós, jovens comunistas de uma nova geração, tendo em mente nossa grande responsabilidade de salvar o país e a nação, devemos cumprir nosso dever e dar uma liderança correta à luta de massas antijaponesa demonstrando sabedoria, coragem e dedicação sem limites. Nosso caminho da luta não será fácil, muitos obstáculo e dificuldades, parecendo impossível de serem superados, aparecerão em nosso caminho. Nós, jovens homens e mulheres da UDI, devemos superar todos os obstáculos e provas com forte vontade e espírito combativo revolucionário, derrubar o imperialismo japonês e conquistar a independência da Coreia. Camaradas, Lutemos corajosamente para enterrar o imperialismo a nível mundial.

discurso inaugural proferido por Kim Il Sung, na fundação da União para Derrotar o Imperialismo, em 17 de outubro de 1926. Notas [1] A situação da Coreia, no início do século XX, era de uma sociedade de caráter colonial e semi-feudal. Após a ocupação do país pelo imperialismo japonês, em 1910, a Coreia corria o risco de deixar de existir enquanto nação por conta da proibição do uso do idioma coreano e de sua cultura. Na economia, todos setores estratégicos, as indústrias, os portos, a mineração etc. estavam sob o controle do Japão. Na agricultura, os latifundiários japoneses ou coreanos pró-japoneses estabeleciam explorações atrasadas, de tipo semi-feudal, e exportavam grãos para o Japão em detrimento do mercado interno. Em face desse contexto, nascem os primeiros movimentos nacionalistas e revolucionários na Coreia. O Exército de Independência, nascido também no começo do século, seguia a cabo suas atividades sob a bandeira da salvação nacional através da luta armada. Em 1925, é fundado o Partido Comunista da Coreia. O Presidente Kim Il Sung, até então bastante jovem, não demorou em notar as claras limitações que apresentavam tanto o movimento nacionalista quanto o movimento comunista na Coreia. O Exército de Independência, nacionalista, que não possuía uma base ideológica e nem conhecia que caminho e qual método de luta deveria ser empregado para conquistar a independência do país, caracterizava-se pela completa dispersão de seus quadros e por métodos pequenos e ineficientes para conquistar a independência do país. Muitos membros do movimento nacionalista defendiam a conquista da independência do país se apoiando em forças estrangeiras, acreditando que a não-violência das massas e as meras “petições” fariam o país independente. Outros nacionalistas defendiam a restauração da monarquia após a independência da Coreia – opinião essa que Kim Il Sung caracterizou como incorreta, por conta de não garantir a felicidade para o povo e deixar o poder na mão de uma minoria abastada. O Partido Comunista da Coreia, que nasceu em 1925, é dissolvido apenas três anos depois, em 1928. Por conta de tendências esquerdistas e sectárias que dominavam o então o PC da Coreia, que não dava prioridade ao engajamento no movimento de massas e em dar às massas o posto dirigente da Revolução, mas sim a rixas internas para o mero reconhecimento do Partido por parte da III Internacional, e também por motivo da repressão do imperialismo japonês contra os comunistas, em 1928 ele deixa oficialmente de existir. Kim Il Sung, fazendo um balanço dos erros e das lições que deveriam ser extraídas em face das limitações apresentadas, estabelece o princípio de que o caminho a ser seguido pelo movimento de independência da Coreia deve ser o caminho marxista, e que a derrubada do imperialismo japonês deve ser obra de um enorme movimento de massas, que envolva enormes setores da população, e não de um pequeno grupo de pessoas contaminadas pelo messianismo. Precocemente, sendo um jovem contando com apenas 14 anos de idade, Kim Il Sung funda em 17 de outubro de 1926 a União para Derrotar o Imperialismo, e leva a cabo uma luta de princípios contra o sectarismo, contra os falsos comunistas, contra o nacionalismo e estabelece o marxismo como ideia diretriz da Revolução Coreana. (Nota introdutória do Centro de Estudos da Ideia Juche - Brasil) [2] O Movimento Independentista Dez de Junho foi uma série de demonstrações de massas feitas pelo povo coreano por todo o país contra a tirania colonial dos imperialistas japonesas, em ocasião do funeral de Sujong, o último rei da Dinastia Ri, feito em 10 de junho de 1926. [3] As "atrocidades de Jiandao", como comentou Kim Il Sung, foi um genocídio perpetrado pelos imperialistas japoneses contra os coreanos residente na região de Jiandao, no nordeste da China, em 1920. Em outubro de 1920, os imperialistas japoneses simularam um assalto à estação policial no consulado japonês na cidade de Hunchun, no Nordeste da China. E, dizendo que o Exército de Independência da Coreia tinha sido responsável pelo ataque,cometeu um genocídio sob o pretexto de destruir o Exército de Independência. [4] O Grande Terremoto de Kanto aconteceu na região de Kanto, no Japão, em setembro de 1923. O terremoto causou uma enorme destruição em larga escala, tanto humana quanto material. Entretanto, o governo japonês, falhando em tomar quaisquer ações para ajudar as vítimas, criou um forte sentimento anti-governo entre o povo japonês. Com o intuito de desviar os focos e sair da crise política e econômica causada pelo terremoto, o governo japonês incitou um massacre em larga escala dos coreanos residentes no Japão. Na época,mais de 23 mil coreanos foram mortos. [5] O Movimento Primeiro de Março foi uma insurreição nacional que começou em Primeiro de Março de 1919, contra a tirania colonial japonesa. É conhecido também como Levante Popular Primeiro de Março. [6] Kim Chan, líder do grupo "Terça Feira", fração do jovem movimento comunista da Coreia. [7] A Escola Hwasong Uisuk era uma academia política e militar que oferecia um curso de dois anos estabelecido pelos coreanos nacionalistas no começo de 1925, com o intuito de treinar quadros para o Exército de Independência da Coreia. Kim Il Sung estudou nessa escola em junho de 1926. Desiludido pelas ideias nacionalistas e velho estilo antiquado de treinamento militar ensinado na escola, ele sai do curso em dezembro de 1926, após tê-lo feito por um ano.

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