"A luta da juventude filipina pelos direitos democráticos durante a Lei Marcial"

Quando a ditadura Marcos-EUA impôs a Lei Marcial em setembro de 1972, o regime proibiu completamente conselhos estudantis, organizações, fraternidades e publicações em universidades e escolas. Isso é parte da supressão geral dos direitos democráticos da juventude e de todo o povo.

Ferdinand Marcos considerava todos os grupos de estudantes e jovens uma ameaça ao seu governo militar. Ele enviou dezenas de agentes para universidades para se passarem por estudantes, professores ou funcionários para espionar e identificar aqueles que criticavam seu regime.

A ditadura controlava abertamente as administrações das universidades. Ela também tentou repetidamente quebrar a unidade emergente da juventude por meio de prisões brutais, intimidação e militarização das universidades.

Apesar disso, o espírito de resistência da juventude e dos estudantes permaneceu invicto. Eles trabalharam duro para conscientizar, organizar e mobilizar outros jovens por seus direitos democráticos.

Eles primeiro desafiaram a ditadura com marchas silenciosas, protestos rápidos, petições, circulação de folhetos, cartazes e pixações e outros meios criativos para aumentar a conscientização das grandes massas sobre a situação sob o regime. Publicações no campus também serviram como um meio para chamadas à ação e luta de estudantes e das massas filipinas. Eventualmente, isso daria origem a um movimento de protesto massivo.

Manifestação de 200 mil jovens estudantes

Cinco anos após a declaração da lei marcial, a ditadura de Ferdinand Marcos foi abalada por grandes manifestações de jovens estudantes afirmando seus direitos democráticos. Isso levou a uma manifestação massiva em julho de 1977, onde quase 200 mil estudantes de 10 faculdades e universidades se juntaram. Eles boicotaram suas aulas na Universidade das Filipinas, Fundação da Universidade Araneta, Universidade do Leste, Universidade Adamson, Trinity College, Faculdade de Comércio das Filipinas, Universidade de Santo Tomas, Universidade da Mulher Filipina, Universidade Feati e Faculdade Filipina de Criminologia.

Eles se reuniram sob a “Aliança Estudantil contra aumentos de mensalidades”. Ela afirmou sete demandas principais, incluindo a remoção de todas as tropas e agentes das Forças Armadas reacionárias das Filipinas dos campi, reinstalação de conselhos estudantis sob a Lei Marcial, e uma interrupção nos aumentos de mensalidades.

A extensão da ação forçou a ditadura de Ferdinand Marcos a interromper o plano de aumentar a mensalidade das escolas particulares para o semestre seguinte. Isso inspirou o movimento jovem a fortalecer ainda mais seus esforços para pressionar a ditadura Marcos a reconhecer seus direitos democráticos. No ano seguinte, várias universidades gradualmente conseguiram o retorno dos conselhos estudantis e o renascimento dos jornais do campus.

Luta implacável

Várias décadas após a deposição de Ferdinand Marcos, é importante manter os direitos democráticos conquistados pelos movimentos estudantis durante a Lei Marcial. Isso inclui estabelecer ativamente conselhos e operar jornais do campus. Isso se torna ainda mais importante em meio a contínuas ofensivas culturais e ideológicas imperialistas que promovem o individualismo e o liberalismo para desunir e dividir jovens estudantes e tirar seu poder como uma força social e histórica.

Os estudantes há muito usam seus conselhos e o jornal do campus como fonte de força e voz contra as administrações opressivas do campus. Isso é especialmente crucial atualmente em meio à necessidade de frustrar os ataques do regime de Marcos, particularmente a (NTF)-Elcac, e a restauração de agentes e forças militares e policiais nos campi.

Do Ang Bayan