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O papel dos Comunistas frente a mais uma Eleição


Chegaremos a mais um capítulo da farsa eleitoral da democracia burguesa brasileira com as eleições municipais neste ano de 2024. E já acompanhamos a disputa antecipada dos nomes de sempre, praticamente como uma extensão do que ocorreu nos últimos anos.

 

De um lado, o chamado bolsonarismo que acompanha o seu suposto líder acumular as acusações de diversos crimes (mas não dos principais como os da pandemia) avançarem e seu descarte como nome político de relevância, enquanto os ratos a sua volta brigam para ver quem ficará com a herança eleitoral. Muitos buscam repetir a fraseologia conservadora para seguir alimentando as consciências mais atrasadas das massas com as promessas de defesa da família, contra aborto, pela religião e outros fantasmas.

 

Enquanto isso, a esquerda da ordem, cujo principal objetivo seria derrotar o tal bolsonarismo, fingindo que a luta antifascista se dá somente por meio das urnas e medidas do Judiciário, enquanto o governo de “frente ampla” de Lula que continua sem combater tudo aquilo que possibilitou o governo Bolsonaro existir.

 

Por isso, as eleições municipais deste ano seguirão o mesmo roteiro dado em 2022, com discursos e palavras de ordem vazias com puro interesse eleitoral, para ganhar mais postos dentro do Estado burguês brasileiro para administrar as cidades conforme os ditames da burguesia burocrática e grandes latifundiários.

 

Nenhum dos problemas fundamentais do país e, consequentemente das cidades, serão tratados seriamente, e muito menos suas causas serão citadas para que não sejam combatidas. Os interesses de sempre serão mantidos e escondidos pela disputa eleitoral, enquanto os candidatos se atacam e se perdem nas pautas superficiais.

 

Independentemente do resultado final, as massas trabalhadoras, em grande parte, seguirão lutando pela sobrevivência com cada vez mais dificuldade. Uma grande parte da população se encontra com a vida precarizada: trabalho sem direitos, moradia sem boas condições, insegurança alimentar, falta de segurança, sem atendimento de saúde adequado, enfim, sob ameaças de todo tipo a sua vida cotidiana. Mesmo aqueles que ainda estão trabalhando com CLT, se veem também com as condições de vida mínimas ameaçadas.

 

O Governo e o Congresso Nacional trabalham para consolidar o arrocho aos gastos públicos, em nome do Arcabouço Fiscal, a austeridade exigida pelo tal “Mercado”, assim como foi o Teto de Gastos, que um dia já foi combatido pela esquerda. Mesmos os programas sociais, tão defendidos ainda que absolutamente insuficientes, estão sofrendo cortes, sem falar na tentativa de não se cumprir sequer o baixo piso constitucional de gastos em Saúde e Educação. Enquanto isso, a dívida pública segue drenando todos os recursos do país em arrolamento de juros, garantindo que o setor financeiro siga lucrando com números recordes.

 

Na Educação, o Novo Ensino Médio foi revisto para que continuasse tal qual é, condenando a juventude das periferias a uma formação rebaixada para perpetuar a formação de mão de obra barata e sem perspectiva. Tudo isso sob o patrocínio do Ministério da Educação de Lula, ligado aos interesses dos grupos educacionais, que avança com um modelo privatista sobre o setor. Sem antes, claro, lavar as mãos diante do avanço do modelo militarista aplicado em várias cidades do país.

 

Enquanto isso, a violência e a insegurança recaí sobre todos, principalmente os mais pobres. Seja com a ofensiva do latifúndio contra os povos originários brasileiros que, patrocinados pelo Marco Temporal, atacam cada vez mais terras indígenas por todo o país. Seja com a insegurança nas grandes cidades, onde o crime organizado, o tráfico e as milícias ampliam cada vez mais seu domínio e oprimem a população para a garantia dos seus interesses.

 

É justamente esse cenário que a democracia burguesa brasileira, tão decantada e celebrada, tem a oferecer as massas populares brasileiras. É essa a farsa que nos chamam a defender a cada 2 anos, com o nosso voto, para que aceitemos os rumos das nossas vidas nesse sistema. É para isso que se apresentam os partidos fisiológicos e de direita, assim como o petismo e seus satélites, para vender um governo com uma ou outra promessa diferente, mas sempre garantindo que a “democracia” brasileira seguirá firme.

 

Mas o que a nossa democracia tem a oferecer, além dessa crise social, política e econômica permanente?

 

O descrédito dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras fica cada vez mais claro a cada eleição. Basta ver o que se fala sobre a política brasileira nos locais de trabalho e moradia, ou mesmo basta ver a crescente abstenção eleitoral e os votos nulos e brancos para perceber que a insatisfação cresce cada vez mais.

 

E por isso nosso papel não é alimentar ilusões democráticas em torno de promessas que não serão cumpridas de um ou outro candidato. O nosso papel é fundamentalmente denunciar o caráter de classe dessa falsa democracia em nosso país, que sustenta os parasitas da burguesia, do agronegócio e da casta militar, às custas do sangue e do suor do todo da classe trabalhadora em nosso país.

 

O nosso papel não é justificar a interdição das lutas populares em nome de uma disputa eleitoral sempre posta como prioridade absoluta por partidos e centrais sindicais oportunistas. O nosso papel é atuar para transformar essa justa insatisfação das massas em combustível para ampliar as lutas necessárias para defender os seus direitos, cada vez mais sob ataque nos sucessivos governos no país, nos Estados e nas cidades na última década.

 

Longe de ser um mero lavar de mãos, nosso papel durante as eleições, essa cada vez mais afastadas da vida cotidiana, é atuar ativamente na agitação e propaganda sobre o caráter de classe não somente desse pleito, mas da democracia burguesa brasileira, forjada desde a década de 80 sob a impunidade da ditadura militar e a hegemonia dos grupos que a patrocinaram.

 

Devemos, portanto, denunciar a farsa eleitoral neste ano para demonstrar a falsa polarização e apontar os caminhos para ampliar as lutas populares contra os verdadeiros inimigos da classe trabalhadora na atual conjuntura. Sem isso, não seremos capazes de contribuir com o avanço da consciência de classes das massas brasileiras e avançar na velha palavra de ordem: “Rebelar-se é justo!”.

 



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