Mao: "Materialismo Dialético"
1. A Luta entre dois Exércitos em Filosofia Toda a história da filosofia é a história da luta e do desenvolvimento de duas escolas filosóficas opostas entre si: o idealismo e o materialismo. Todas as correntes e escolas filosóficas são manifestações destas duas escolas fundamentais. Todas as teorias filosóficas têm sido criadas por homens pertencentes a uma classe social específica. As ideias destes homens têm sido historicamente determinadas por uma existência social específica. Todas as doutrinas filosóficas expressam as necessidades de uma classe social específica e refletem o nível de desenvolvimento das forças produtivas da sociedade e a etapa histórica na compreensão da natureza por parte do homem... As origens sociais do idealismo e do materialismo se encontram numa estrutura social marcada por contradições de classe. A primeira aparição do idealismo foi produto da ignorância e superstição do homem selvagem e primitivo. Logo, como o desenvolvimento das forças produtivas, e o conseguinte desenvolvimento do conhecimento científico, haveria de concluir que o idealismo deveria morrer pouco a pouco e ser substituído pelo materialismo. E, no entanto, desde épocas antigas até o presente, o idealismo não só não morreu pouco a pouco, mas sim, pelo contrário, se desenvolveu e levou a cabo uma luta pela supremacia com o materialismo da qual nenhum saiu vitorioso. A razão disto se encontra na divisão da sociedade em classes. De um lado, para seu próprio benefício, a classe opressora tem que desenvolver e reforçar suas doutrinas idealistas. De outro lado, as classes oprimidas, também para seu próprio benefício, têm que desenvolver e reforçar suas doutrinas materialistas. Tanto o idealismo como o materialismo são armas na luta de classes, e a luta entre o idealismo e o materialismo não pode desaparecer enquanto continuem existindo as classes. O idealismo, no processo de seu desenvolvimento histórico, representa a ideologia das classes exploradoras e serve a propósitos reacionários. O materialismo, por outro lado, é a concepção do mundo da classe revolucionária; em uma sociedade de classes, surge e se desenvolve no meio de incessante luta contra a filosofia reacionária do idealismo. Por conseguinte, a história da luta entre o idealismo e o materialismo em filosofia reflete a luta de interesses entre a classe reacionária e a classe revolucionária... Uma tendência filosófica dada é em última instância uma manifestação em um aspecto particular da política da classe social a que pertencem esses filósofos. O traço distintivo da filosofia marxista - isto é, do materialismo dialético - é seu esforço por explicar claramente o caráter de classe de toda a consciência social (incluindo a filosofia). Declara publicamente uma acérrima luta entre seu próprio caráter proletário e a filosofia idealista da classe endinheirada. Além disso, subordina suas próprias tarefas especiais e independentes a tarefas gerais tais como derrubar o capitalismo, organizar e construir uma ditadura proletária, e edificar uma sociedade socialista.
2. A Diferença entre Idealismo e Materialismo Onde reside a diferença básica entre o idealismo e o materialismo? Reside nas respostas antagônicas dadas pelos filósofos à questão fundamental em filosofia, a da relação entre espírito e matéria (a da relação entre consciência e existência). O idealismo considera o espírito (a consciência, os conceitos, o sujeito) como a fonte de tudo o que existe no mundo, e a matéria (a natureza e a sociedade, o objeto) como secundária e subordinada. O materialismo reconhece a existência independente da matéria separada do espírito e considera o espírito como secundário e subordinado... 3. A Fonte do Surgimento e Desenvolvimento do Idealismo O idealismo vê a matéria como produto do espírito. Isto equivale a pôr o mundo real de pés para cima. Onde está a fonte do surgimento e desenvolvimento de tal filosofia? Como mencionei anteriormente, a primeira manifestação de idealismo foi produto da superstição e ignorância do homem primitivo, selvagem. Mas com o desenvolvimento da produção, a separação entre trabalho manual e trabalho intelectual foi responsável por colocar o idealismo como a primeira entre as correntes do pensamento filosófico. Com o desenvolvimento das forças produtivas da sociedade, fez sua aparição a divisão social do trabalho; o posterior desenvolvimento da divisão do trabalho presenciou o surgimento de pessoas dedicadas por completo e exclusivamente ao trabalho intelectual. Mas quando as forças produtivas são ainda débeis, a divisão entre os dois não alcança a etapa de separação completa. Só depois que aparecem as classes e a propriedade privada, e a exploração se converte no fundamento da existência da classe dominante, é que ocorrem grande mudanças. O trabalho intelectual se converte então em privilégio exclusivo da classe dominante, enquanto que o trabalho manual se converte em destino das classes oprimidas. A classe dominante começa a analisar a relação entre ela própria e as classes oprimidas de forma invertida: Não são os trabalhadores os que lhes proporcionam os meios de subsistência, mas sim,ao contrário, são eles que proporcionam aos trabalhadores estes meios. Daí que desprezam o trabalho manual e desenvolvem concepções idealistas. Eliminar a diferenciação entre trabalho manual e trabalho intelectual é uma das condições principais para eliminar a filosofia idealista. A raiz social que possibilita o desenvolvimento da filosofia idealista reside principalmente no fato de que este tipo de consciência filosófica é a manifestação dos interesses da classe exploradora... O declive final do idealismo virá com a eliminação das classes, com o estabelecimento de uma sociedade comunista. A fonte que lhe permite se desenvolver e se aprofundar e que lhe dá forças para lutar contra o materialismo deve ser buscada no processo do conhecimento humano. Quando os homens pensam, devem utilizar conceitos. Isto pode causar facilmente que nosso conhecimento se divida em dois aspectos: realidade, que é de caráter individual e particular; e conceitos, que são de caráter geral... Na natureza das coisas, o particular e o geral estão inseparavelmente ligados; uma vez desunidos, se afastam da verdade objetiva... Separar o geral do particular, e ver o geral como realidade objetiva e o particular simplesmente como a forma na qual existe o geral, este é o método adotado por todos os idealistas. Todos os idealistas põem a consciência, o espírito, ou os conceitos no lugar da realidade objetiva, que existe independentemente da consciência humana... Eles não podem apontar a verdade materialista segundo a qual a consciência está limitada pela matéria, mas sim creem que somente a consciência é ativa, enquanto a matéria é só uma entidade complexa inerte. Incitados, além disso, por sua própria natureza de classe, os idealistas então utilizam todos os métodos para exagerar a atividade da consciência, desenvolvendo unilateralmente este aspecto... O idealismo em economia exagera imensamente um aspecto no essencial do intercâmbio, elevando a lei da oferta e da procura ao status de lei fundamental do capitalismo... Os historiadores idealistas consideram que os heróis são os que fazem a história. Os políticos idealistas consideram a política como onipotente. Os líderes militares idealistas praticam os métodos de combate desesperado. Os revolucionários idealistas propugnam pelo blanquismo. Os reacionários dizem que a única maneira de reviver nossa nação é restaurando a velha moralidade. Tudo isto é produto de exagerar imensamente os fatores subjetivos... O materialismo pré-marxista (materialismo mecanicista) não destaca o processo de pensamento no desenvolvimento do conhecimento, mas sim considera o pensamento como o objeto de ação, como o espelho que reflete a natureza... Somente o materialismo dialético mostra corretamente o papel ativo do pensamento, e ao mesmo tempo destaca a limitação imposta ao pensamento pela matéria. Sublinha que o pensamento surge da prática social e ao mesmo tempo molda ativamente a prática. Só este tipo de teoria dialética da unidade do conhecimento e da ação pode triunfar completamente sobre o idealismo. 4. A Origem e o Desenvolvimento do Materialismo O reconhecimento de que a matéria existe, independentemente e à parte da consciência, no mundo exterior, é a base do materialismo. O homem criou esta base através da prática... Obrigado a submeter-se a forças naturais, e capaz de utilizar somente ferramentas simples, o homem primitivo não podia explicar os fenômenos que lhe rodeavam e, por consequência, buscou ajuda nos espíritos. Esta é a origem da religião e do idealismo. Mas no processo a longo prazo da produção,o homem entrou em contato com a natureza circundante,atuou sobre ela,transformou a mesma e criou coisas para comer,para viver e para utilizar,e adaptou a natureza aos interesses do homem e deu fundamento para que o ser humano acreditasse que a matéria tinha uma existência objetiva. Na existência social da humanidade, surgem relações e influências recíprocas entre indivíduos. Numa sociedade de classes existe, além disso, uma luta de classes. As classes oprimidas consideram as circunstâncias e avaliam sua força, e logo fazem seus planos. Quando obtêm êxito na luta, os membros desta classe estão convencidos de que suas concepções não são produto da fantasia, mas sim reflexo do mundo material objetivamente existente. Uma vez que a classe oprimida fracassa quando adota planos errôneos e têm êxito corrigindo seus planos, aprende a entender que pode conseguir seu propósito somente quando seus planos descansam na compreensão correta da natureza material do mundo objetivo e no fato de que o mundo objetivo está governado por leis. A história da ciência fornece ao homem provas do caráter material do mundo e do fato de que este está governado por leis, e lhe ajuda a ver o vão das ilusões da religião e do idealismo, lhe ajudando a chegar a conclusões materialistas. Em resumo, a história da prática do homem abarca a história de sua luta com a natureza, a história da luta de classes, e a história da ciência. Devido à necessidade de viver e lutar, os homens pensaram sobre a realidade da matéria e suas leis, demonstraram o quanto correto é o materialismo, e encontraram a ferramenta intelectual necessária para sua luta: a filosofia materialista. Quanto maior o nível em que se desenvolve a produção social, maior é o desenvolvimento da luta de classes, e quanto mais o conhecimento científico revela os "segredos" da natureza, maior é o desenvolvimento e a consolidação da filosofia materialista. Assim o homem pode libertar-se gradualmente da esmagadora opressão dual da natureza e da sociedade. Capítulo II - Materialismo Dialético 1. O Materialismo Dialético é a Arma Revolucionária do Proletariado O proletariado chinês, tendo assumido no atual momento a tarefa histórica da revolução democrático-burguesa, tem que utilizar o materialismo dialético como sua arma intelectual... O estudo do materialismo dialético é ainda mais indispensável para os quadros que dirigem o movimento revolucionário, devido às duas errôneas teorias e métodos de trabalho, o subjetivismo e o mecanicismo, que frequentemente aparecem entre os quadros, e como resultado fazem com frequência que os militantes andem contra o marxismo, o que leva o movimento revolucionário pelo caminho errado. Se quisermos evitar tais deficiências, a única solução está no estudo e na compreensão conscientes do materialismo dialético, para armar de novo nosso cérebro. 2. A Relação entre a Velha Herança Filosófica e o Materialismo Dialético Após o Movimento de 4 de Maio de 1919, como consequência da aparição consciente do proletariado chinês na cena política, e a elevação do nível científico do país, surgiu e se desenvolveu na China um movimento filosófico marxista. No seu primeiro período,no entanto,o nível de compreensão da dialética materialista dentro da corrente materialista de pensamento era muito mais débil, e o materialismo mecanicista influenciado pela burguesia, assim como o subjetivismo de Deborin, eram seus principais componentes. Após a derrota da revolução ,em 1927, avançou o nível de compreensão do marxismo e do leninismo, e se desenvolveu gradualmente o pensamento dialético materialista. Apenas recentemente, devido ao rigor da crise nacional e social, e também devido à influência do movimento para liquidar os desvios na filosofia soviética, se desenvolveu nos círculos intelectuais chineses um amplo movimento de dialética materialista. Devido ao atraso do desenvolvimento social da China, as correntes filosóficas materialistas dialéticas que se desenvolvem no país hoje não foram o resultado da tomada e reforma de nosso próprio legado filosófico,mas sim do estudo do marxismo-leninismo. Entretanto, se queremos garantir que o pensamento materialista dialético penetre profundamente na China e continue se desenvolvendo, e dê, além disso, firme direção à revolução chinesa e a conduza à vitória final no futuro, então devemos lutar contra todas as velhas e podres teorias filosóficas existentes na China, na frente ideológica em todo o país, levantar a bandeira da crítica e,desta forma, liquidar a herança filosófica da antiga China. Só assim podemos conquistar nossa meta. 3. A Unidade de Visão do Mundo e Metodologia no Materialismo Dialético O materialismo dialético é a concepção do mundo do proletariado. Ao mesmo tempo, é o seu método para obter conhecimento do mundo circundante, e seu método de ação revolucionária. Constitui a unidade de concepção do mundo e ideologia... 4. A Questão do Objeto da Dialética Materialista — Para quê serve Estudar a Dialética Materialista? Marx, Engels e Lenin definiram a dialética materialista como a teoria do desenvolvimento... Sob o título de objeto da filosofia temos que resolver, no entanto, outro problema, a saber, o problema da unidade da dialética, da lógica e da epistemologia... A dialética materialista é a única epistemologia científica, e é também a única lógica científica. A dialética materialista estuda a origem e o desenvolvimento de nosso conhecimento do mundo exterior. Estuda a transição do não saber ao saber e do conhecimento incompleto ao conhecimento mais completo; estuda como as leis do desenvolvimento da natureza e da sociedade se refletem diariamente de maneira mais profunda e mais ampla na mente da humanidade. Esta é precisamente a unidade da dialética materialista com a epistemologia... A essência do conceito de desenvolvimento consiste em considerar as leis como o reflexo em nossas mentes e o transplantar nelas (além disso, adicionalmente elaboradas em nossas mentes) das manifestações do desenvolvimento da matéria... Só utilizando o materialismo para chegar a uma solução do problema das relações entre existência e pensamento [entre ser e pensar], só tomando posição pela teoria do reflexo, se pode chegar a uma solução cabal dos problemas da dialética, da lógica e da epistemologia... 5. Sobre a Matéria A primeira condição para pertencer ao campo materialista consiste em reconhecer a existência independente do mundo material, à parte da consciência humana - o fato de que existia antes da aparição da humanidade, e continua existindo desde a aparição da própria humanidade, independente e fora da consciência humana. Reconhecer este ponto é uma premissa fundamental de toda investigação científica. Como demonstraremos isto? As provas são muito numerosas. A humanidade está constantemente em contato com o mundo externo e, além disso, tem que lutar ferozmente contra a pressão e resistência do mundo exterior (a natureza e a sociedade). Além do mais, não só temos que superar, mas podemos superar esta pressão e resistência. Todas estas circunstâncias reais da prática social da humanidade, como se manifestam no desenvolvimento histórico da sociedade humana, são a melhor prova [da existência do mundo material]. A China não duvida da existência objetiva do imperialismo japonês que invadiu nosso país, nem duvida da existência do povo chinês mesmo. Os alunos do Instituto Político-militar Antijaponês tampouco duvidam da existência objetiva deste instituto e dos próprios alunos mesmo... Se considerarmos essa coisa conhecida como consciência à luz do materialismo exaustivo (isto é, à luz da dialética materialista), então o que chamamos consciência não é nada mais que uma forma de movimento da matéria, uma característica particular do cérebro material da humanidade; é essa característica particular do cérebro material a que origina que os processos materiais por fora da consciência se reflitam na consciência. Disto vemos que quando fazemos a distinção entre matéria e consciência e quando, além de contrapormos uma à outra, é só condicional expressar que tem significado somente desde o ponto de vista da epistemologia... Numa palavra, matéria é tudo no universo. "Todo o poder pertence a Ssu-Ma-I". Nós dizemos, "Todo o poder pertence à matéria". Esta é a fonte da unidade do mundo.
6. Sobre o Movimento (Sobre o Desenvolvimento) O primeiro princípio fundamental do materialismo dialético consiste em sua concepção sobre a matéria... Este princípio da unidade do mundo já foi explicado acima ao analisar a matéria. O segundo princípio fundamental do materialismo dialético consiste em sua teoria do movimento (ou teoria do desenvolvimento). Isto significa o reconhecimento de que o movimento é a forma de existência da matéria, um atributo inerente à matéria, uma manifestação da multiplicidade da matéria. Este é o princípio de desenvolvimento do mundo. A combinação do princípio do desenvolvimento do mundo com o princípio da unidade do mundo, estabelecido acima, constitui a totalidade da concepção do materialismo dialético. O mundo não é mais que o mundo material num processo de desenvolvimento ilimitado... A teoria materialista dialética do movimento está em oposição primeiro com todo o idealismo filosófico e com os conceitos teológicos da religião. O caráter fundamental de todo o idealismo filosófico e da teologia provêm da negação da unidade e do caráter natural do mundo; e ao imaginar que o movimento e a transformação do mundo têm lugar separado da matéria, ou tem lugar ao menos no começo separado da matéria, e é o resultado da ação do espírito, de Deus, ou de forças divinas. O filósofo idealista alemão Hegel sustentava que o mundo atual provém do desenvolvimento da chamada "ideia do mundo". Na China, o filósofo do Livro das Mudanças, e a metafísica dos Sung y Ming, todos estabeleciam concepções idealistas do desenvolvimento do universo. O cristianismo diz que Deus criou o mundo, o budismo e todas as diversas religiões fetichistas da China atribuem o movimento e o desenvolvimento de toda uma gama de fenômenos do universo a forças espirituais. Todas estas doutrinas que consideram o movimento separado da matéria são fundamentalmente incompatíveis com o materialismo dialético... O materialismo dialético considera que a quietude ou o equilíbrio são simplesmente um elemento do movimento, que são simplesmente uma circunstância particular do movimento... Uma frase popular dos pensadores metafísicos da antiga China, "O céu não muda e o Caminho tampouco", corresponde a uma teoria da imobilidade do universo... Segundo suas perspectivas, o caráter básico do universo e a sociedade é eternamente inalterável. A razão pela qual eles adotaram esta atitude se encontra em primeiro lugar em suas limitações de classe. Se a classe latifundiária feudal houvesse reconhecido que o caráter básico do universo e da sociedade está submetido ao movimento e transformação, então sem dúvida alguma teriam pronunciado numa teoria uma sentença de morte contra sua própria classe. As filosofias de todas as forças reacionárias são teorias da imobilidade. As classes revolucionárias e as massas populares perceberam, todas elas, o princípio do desenvolvimento do mundo, e por consequência, propugnam a transformação da sociedade e do mundo; sua filosofia é o materialismo dialético. As causas da transformação da matéria são encontradas não na parte exterior, mas dentro dela própria. Não se devem a impulsos de forças mecânicas externas, mas à existência dentro da matéria em questão de dois componentes diferentes em sua natureza e mutuamente contraditórios que lutam entre si, dando assim um impulso ao movimento e transformação da matéria. Como resultado do descobrimento das leis de tal movimento e transformação, o materialismo dialético é capaz de estender o princípio da unidade material do mundo, entendendo-o à história da natureza e da sociedade. Assim, não só é possível investigar o mundo considerado como matéria em perpétuo movimento, mas que o mundo pode também ser investigado como matéria em interminável movimento, de uma forma inferior a uma forma superior. Ou seja, é possível investigar o mundo como desenvolvimento e processo. O materialismo dialético investiga a transformação do mundo como um movimento progressivo do inorgânico ao orgânico, e daí a forma superior de desenvolvimento da matéria (a sociedade). O que estabelecemos é a teoria do movimento do mundo, ou o princípio do desenvolvimento do mundo, segundo o materialismo dialético. Esta doutrina é a essência da filosofia marxista. Se o proletariado e todos os revolucionários seguram esta arma consistentemente científica, poderão então compreender o mundo, e transformar o mundo. Abril-Junho de 1938 Escrito por Mao Tsé-tung