Kim Il Sung: "Para melhorar a formação dos trabalhadores técnicos"
Gostaria de dialogar com vocês, professores, empregados e estudantes da Universidade de Tecnologia Kim Chaek, sobre a melhor maneira de formar o pessoal técnico.
Ao fundar pela primeira vez o instituto superior, logo após a libertação, tivemos que superar múltiplas dificuldades. Havia escassez de professores e era débil a base material e técnica do ensino. Não poucas pessoas se opunham à fundação dos centros universitários. Apesar de todas estas dificuldades e obstáculos logramos estabelecê-los. Graças a isso pudemos formas por nossa própria conta grande número de técnicos e quadros nacionais. A Universidade de Tecnologia Kim Chaek, por exemplo, produziu mais de 2000 graduados em dez promoções.
Hoje a economia de nosso país é administrada excelentemente por seus próprios técnicos e especialistas, e todas as fábricas, por maiores que sejam, são manejadas por nossas forças.
A gestão exitosa da economia por nossos próprios técnicos e especialistas em nosso país causa espanto aos estrangeiros. Os dos países socialistas perguntam com inveja sobre nossos técnicos, sobre como formamos tantos quadros, que manejam por si mesmos inclusive as fábricas, e os dos países capitalistas se mostram sumamente surpresos. Atualmente muitos jornalistas do Japão visitam nosso país. Eles dizem que antes de suas visitas haviam considerado que a metade de nossas fábricas seriam mantidas por técnicos estrangeiros, porém ao virem aqui constataram que não há nenhuma gerida por estrangeiros. Esta é uma prova da inquestionável justeza da política educacional de nosso Partido.
Em nosso país foi estabelecido por completo a base para fortalecer e desenvolver ainda mais o ensino universitário. A Universidade de Tecnologia Kim Chaek também assentou as bases plenamente.
Hoje examinei o informe sobre a situação da Universidade e a visitei, e pude constatar que suas condições materiais são muito boas. Os albergues estudantis e as salas de lição estão bem dotados e os laboratórios também estão bons. O laboratório de elaboração de metais, por exemplo, está melhor instalado que os das universidades de países desenvolvidos. Este plantel não tem nada a invejar em quaisquer centros docentes superiores de outros países.
O nível de vida dos estudantes está muito bom. Todos estão bem vestidos e não há nenhum andrajoso. Nossos estudantes vivem uma época mais que favorável. Por acaso houve tempo melhor para os filhos de operários e camponeses de nosso país? No passado somente os filhos dos endinheirados tiveram acesso ao estudo, enquanto os dos operários e camponeses sem dinheiro nem sequer se imaginavam indo aos institutos superiores. Ao contrário, hoje os filhos daqueles pobres do passado estudam ali quanto querem.
As filas dos professores universitários também se formaram solidamente. Quando fundamos pela primeira vez o instituto superior tivemos uma grave escassez de professores, porém agora não.
Todavia, não devemos nos contentar com isso. Hoje em todas as partes se necessitam os técnicos. É sentida sua escassez no setor industrial, para não falar da agricultura. Os técnicos são demandados tanto na indústria mecânica, na elétrica e metalúrgica, como também na prospecção geológica e na indústria química. Porque nos faltam técnicos, não produzimos as máquinas que poderíamos fabricar e por isso não podemos avançar embora tenhamos condições. Se contamos com mas técnicos e máquinas, desenvolveremos com maior rapidez a economia do país e produziremos maior quantidade de artigos.
Atualmente produzimos materiais de aço adequados para a construção de máquinas, porém por escassez de técnicos e desenhistas mecânicos não as fabricamos em grande quantidade e variedade.
Para desenvolver a economia nacional em todos seus setores é indispensável dar prioridade ao fomento da indústria elétrica. Que a desenvolveremos ou não depende se logramos ou não fabricas os geradores de diversos tipos. Se temos geradores poderemos construir centrais e produzir quanta energia queiramos, porém agora não os temos e nos vemos impedidos de levantar centrais hidro ou termelétricas.
Tampouco é aumentada a captura na pescaria por falta de máquinas.
Neste setor se realiza a pesca segundo as experiências dos velhos pescadores; sem contar com estes, não podem capturar muitos peixes. Os jovens trabalham jogando rede aqui ou ali, como quem vaga no escuro, porque não possuem experiência, embora tenham zelo. Para que eles acumulem tantas experiências como os velhos pescadores haverão que passar dezenas de anos. Deste modo não é possível desenvolver a indústria pesqueira em ritmo acelerado.
Na atualidade os jovens se incorporam ao setor da pesca fieis ao chamado do Partido. Me foi informado que as mulheres também se incorporaram à pesca. Assim sendo, criar para esses jovens condições favoráveis para a pesca é uma questão importante.
Devemos produzir para a indústria pesqueira muitos detectores de cardumes para que os pescadores possam os localizar não por métodos empíricos, mas de maneira científica. É preciso implantar neste setor o sistema de comando telegráfico para dirigir os barcos pesqueiros. Ademais, construir diversos barcos como os de lenta e alta velocidade, e os providos de máquinas puxar redes. Desta maneira devemos criar as condições para que os jovens, depois de alguns meses de aprendizagem em qualquer um desses barcos, adquiram capacidade de capturar peixes.
Atualmente a proporção de funcionários de cálculos é elevada, o que se deve também à falta de máquinas. Como não são produzidas calculadoras, numerosos funcionários têm que efetuar o cálculo manualmente.
A economia rural tampouco se desenvolve com rapidez pela escassez de técnicos agrícolas e pecuários. Depois de culminada a cooperativização agrícola é indispensável levar a cabo a irrigação, a eletrificação, a mecanização e a aplicação da química na economia rural. Para tal é necessário grande número de técnicos no campo.
A falta de especialistas na prospecção geológica dificulta o desenvolvimento da indústria mineira. Agora esta indústria se encontra em tal situação que a prospecção de minerais é realizada um dia antes de sua extração. Para retirar maior quantidade de recursos do subsolo é preciso intensificar a prospecção geológica, o que impõe a necessidade de formar grande número de quadros desta especialidade.
Também se deve à escassez de técnicos o fato de que não se desenvolve a um nível superior a indústria leve. Não fomentamos a indústria alimentícia por falta do pessoal técnico. Ainda preparamos a antiga pasta de soja e kimchi, e não produzimos de maneira industrial este último alimento por não haver resolvido o problema de impedir sua acidificação. A indústria alimentícia não produz devidamente nem sequer licor com frutas silvestres que há em abundância em nosso país.
As fábricas da indústria local, construídas em todos os distritos, não estão ainda suficientemente dotadas. Se colocados alguns engenheiros graduados em institutos superiores nessas fábricas e nos comitês populares distritais, será possível desenvolvê-las magnificamente.
Atualmente em nosso país é sentida a escassez de técnicos para a indústria, a agricultura e todos os demais setores da economia nacional. Isto não se deve a que seja incorreta a política de nosso partido para a formação do pessoal técnico. Este é um fenômeno temporal originado pelo extraordinário ritmo de avanço de nosso país.
Podemos reconhecer que o acelerado ritmo da construção socialista em nosso país se o comparamos com o ritmo de desenvolvimento econômico de outros países. Durante os seis anos de reabilitação e construção da economia pós-guerra (de 1954 a 1959), cumprimos com antecipação o Plano Trienal da economia nacional, e com dois anos e meio de antecipação o Primeiro Plano Quinquenal no que diz respeito ao valor total de produção industrial.
Se consideramos o triênio como um período destinado à restauração da economia destruída, vemos que nos dedicamos à construção econômica durante os três anos restantes. Os índices econômicos principais que logramos neste período equivalem ao nível que outros países alcançaram em 15 anos. Isto quer dizer que logramos em um ano na construção econômica o que outros países realizaram em cinco anos, e um ano para nós equivale a cinco para outros.
Entretanto, para formar um técnico são necessários cinco anos. Se logramos fazer em um ano, seria possível que esta tarefa concorde com o ritmo de desenvolvimento da economia nacional. Porém a formação de um técnico não dura um ano, mas cinco anos, enquanto que a economia nacional se desenvolve em tal ritmo que as tarefas previstas para cinco anos são realizadas em um. Por esta razão a formação do pessoal técnico não acompanha o desenvolvimento da economia nacional. O problema está em que a formação de técnicos e especialistas não acompanha o extraordinário ritmo de desenvolvimento da construção socialista.
Para resolver este problema nosso Partido adotou várias medidas. Fundimos, na medida do possível, as repartições dos ministérios industriais para enviar uma parte de seus técnicos e especialistas aos centros de produção. Das instituições do setor agrícolas também se retirou alguns técnicos agrícolas e pecuários para serem enviados ao campo. No ano passado foram instituídas a Universidade de Minas de Chongjin, a Universidade de Maquinaria de Pyongyang e outros muitos institutos tecnológicos superiores e escolas técnicas especializadas.
Porém estas medidas não são suficientes para suprir plenamente a escassez de técnicos. A fim de resolver este problema é preciso formar com mais rapidez maior número de técnicos e especialistas nos institutos superiores.
Considerávamos que enquanto se cumpria o Primeiro Plano Quinquenal o problema de pessoal técnico seria resolvido em certa medida. Porém, depois de cumprido este plano, necessitamos maior número de técnicos porque queremos realizar mais obras. Até agora fizemos um número considerável, porém de aqui em diante temos que realizar muitas mais.
Dado que a atual é a época da revolução técnica, é preciso dotar todos com conhecimentos deste tipo e elevar o nível técnico geral do país com vista a fomentar a indústria mecânica e produzir grande quantidade de máquinas modernas.
Terá que colocar 2 ou 3 técnicos pelo menos nas oficinas importantes e, ademais, enviar engenheiros a brigadas das cooperativas agrícolas. Para alcançar este fim devemos formá-los, já não por centenas, mas por centenas de milhares.
É nosso dever formar com mais rapidez um maior número de técnicos para resolver o problema de sua escassez, e procurar que todo mundo possua especialidades técnicas. Deste modo, lograr que sejam produzidas máquinas em todas partes e sejam desenhadas. Somente assim poderemos desenvolver nosso país.
No passado nosso país estava atrasado; por isso entre as pessoas se nota sensivelmente o misticismo para com as máquinas. No ano passado tivemos grandes problemas com isso. Atualmente o fenômeno de considerar como algo misterioso as máquinas e de difícil produção vai sumindo.
Com o mesmo espírito com que eliminamos o misticismo para com as máquinas devemos tomar com audácia a tarefa de melhorar a formação de técnicos.
Agora bem, como deve ser melhorada a formação de técnicos e especialistas de institutos superiores?
Opino que há duas vias para isso.
Uma é guiar os estudantes a aproveitar com eficiência o curso universitário de cinco anos. Ou seja, os preparar de modo que desde o dia de sua incorporação à sociedade, e mesmo depois de terminada a carreira universitária, possam cumprir satisfatoriamente seu papel como engenheiros.
Porém, agora os graduados universitários tem que realizar uma prática de dois anos nas fábricas, ainda depois de terminar esse curso de cinco anos, porque não podem cumprir devidamente a função que lhes corresponde como engenheiros. Isto significa que o curso universitário não é de 5 anos, mas de 7. Dá à disparidade do ritmo da formação de técnicos com o desenvolvimento da economia nacional. Os institutos superiores devem formar técnicos altamente qualificados, e não "defeituosos", embora o façam com rapidez.
Os estudantes devem realizar muitas práticas no curso universitário para que uma vez graduados possam de imediato cumprir plenamente sua função como engenheiros.
É preciso oferecer-lhes em dois anos do curso as lições teóricas e nos três anos restantes as práticas para os preparar tanto no teórico como no prático. Ao fazer assim, os graduados universitários, uma vez chegados aos locais de produção, poderão sem tardar manejar máquinas, traçar com habilidade desenhos e realizar devidamente outras tarefas como as de introduzir os avanços da tecnologia e dirigir as atividades produtivas.
A prática é de suma importância no ensino universitário. Somente com o livro não se compreende bem as coisas, porém a prática ajuda a conhecê-las clara e profundamente. Através dela os estudantes podem consolidar as teorias aprendidas no livro, aplicá-la na prática e adquirir novos conhecimentos.
Quando realizam as práticas de sua especialidade, os estudantes devem participar diretamente na produção e, depois de terminadas as mesas, perguntar e discutir os problemas incompreendidos. Desta maneira podem combinar melhor a teoria com a prática e formar-se como engenheiros competentes.
Para que realizem muitas práticas em sua época universitária é preciso instalar bem as fábricas para eles em seus planteis.
Não se pode dizer ainda que a atual fábrica de prática da Universidade de Tecnologia Kim Chaek está perfeitamente dotada. Não há que tratar de resolver o problema da formação de técnicos somente com construção de edifícios e envio de professores. Para que os estudantes não tenham incômodos no exercício de suas práticas é preciso construir boas fábricas em seus centros docentes.
Há que construir neles um alto-forno e um forno giratório de pequeno tamanho para ensaiar o processo contínuo da fundição de aço com ferro granulado, e um laminador para provar a produção de laminados de aço. Como esta universidade é um politécnico industrial, deve contar com uma fábrica integral capaz de realizar práticas para distintos ramos da indústria. O Estado deverá fornecer os fundos e materiais necessários para sua edificação.
Creio que se fornecem à universidade umas máquinas de precisão, construirão devidamente uma fábrica de prática por sua própria conta. É capaz de fabricar qualquer coisa porque tem muitos professores especializados em diversas tecnologias e pode produzir haste solda e fazer soldadura por si mesma.
Para começar, há que dar à Universidade de Tecnologia Kim Chaek algumas dessa máquinas de precisão que produz a Fábrica de Máquinas-Ferramenta de Huichon. Na atual fábrica de prática da Universidade há poucas máquinas de fabricação nacional; as que possuem são umas atrasadas que se utilizavam no tempo do imperialismo japonês. É necessário entregar-lhes as máquinas de precisão, as prensas e os equipamentos de forjar que estão em desuso na Fábrica de Máquinas-Ferramenta de Kusong e na Fábrica Ferroviária de Wonsan, assim como outras diversas máquinas, como a desbastadora de metal e as elétricas. Esta Universidade, por sua vez, tomando-as como embrião, deverá produzir muitas máquinas e equipamentos para dotar bem sua fábrica de prática e ajudar outros centros docentes na construção de fábricas similares.
No futuro também a Universidade de Tecnologia Kim Chaek tem que produzir máquinas de alta precisão. Hoje vi uma máquina fabricada nesta Universidade. É bom, desde logo, que se construa aparatos para dissipar o misticismo para com as máquinas entre os estudantes. Porém esta Universidade deverá construir máquinas melhores, já que se trata de um instituto integral e conta com numerosos técnicos. Deve fabricar o que outros não podem, o melhor do que o que é feito pelos outros. Assim adquirirá um espírito empreendedor e logrará maiores progressos. O Estado terá que fornecer-lhes os materiais e equipamentos necessários para a produção de máquinas de alta precisão.
Outra via para melhorar a formação de técnicos é instruir muitos trabalhadores das fábricas matriculando-os nos institutos tecnológicos superiores.
Os trabalhadores que trabalham agora nas fábricas são em sua maioria graduados da secundária básica. O Ministério de Educação e Cultura deve abrir para eles escolas noturnas nas fábricas e os ensinar com o currículo correspondente à secundária superior para logo os matricular nas universidades. No caso de que os trabalhadores, depois de cursar seus estudos nestas escolas, queiram ingressar na universidade, seria bom não aplicar, tal como é, o sistema de exame de ingresso, mas que admita-os se passam nos exames de alguns cursos importantes, indispensáveis para serem engenheiros e especialistas.
O Ministério de Educação e Cultura deve estudar as maneiras de suprir o quanto antes a escassez de técnicos que se sente em diversos setores da economia nacional. Não podemos esperar com braços cruzados que se formem em grande número. Somos forçados a adotar medidas pertinentes para resolver o problema.
É recomendável estudar a possibilidade de abrir a faculdades de quadros industriais nas universidades.
Ainda quando nosso país atravessava uma situação difícil, a abrimos em universidades e reeducamos muitos quadros, que logo desempenharam um grande papel no desenvolvimento econômico do país.
Atualmente nas fábricas e empresas há muitos chefes e subchefes de oficina e outros com alto nível técnico e de qualificação e com muita experiência. Porém, como não estudaram sistematicamente, seus conhecimentos tecnológicos são desordenados, e não sabem sistematizar por escrito ou expressar devidamente suas experiências. No adiante há que reeducá-los implantando um sistema de ensino para os quadros em serviço.
Se instrui-se os chefes e subchefes de oficia e outras pessoas com edificação técnica na faculdade de quadros industriais exibirão em maior grau sua faculdade criadora e se converterão em mais que excelentes dirigentes de fábricas. Em nosso país é de todo possível abrir dita faculdade posto que temos muitos institutos tecnológicos superiores com numerosos professores e boas condições materiais.
A duração do curso na faculdade de quadros industriais não pode ser de cinco anos; deve ser mais curta. Para os chefes e subchefes de oficina não é necessária a prática; por isso basta dar-lhes o ensino teórico. Seria aconselhável que o curso dure um ano ou um ano e meio, e durante esse período lhes concedam os mesmos salários que antes.
Há que aumentar a matrícula feminina nos institutos tecnológicos superiores.
Me informaram que agora na Universidade de Tecnologia Kim Chaek há poucas estudantes. Não há razão para que as mulheres não possam se especializar em ciências naturais. A indústria mecânica e elétrica proporciona funções totalmente adequadas para as mulheres. O Ministério da Educação e Cultura e as universidades terão que aumentar a matrícula feminina nas faculdades de engenharia mecânica e de outras ciências naturais.
A universidade deve procurar que os alunos estudem com aplicação para preparar-se como quadros excelentes. Se nos primeiros anos que seguiram ao cessar fogo o desfalque e malgasto que se observavam sensivelmente nas fábricas e empresas causaram perdas ao Estado, agora são muitos os casos em que este sofre danos por não estarem versados os quadros na administração das fábricas, porque em seus anos universitários não adquiriram devidamente os conhecimentos econômicos.
Os alunos devem estudar com afã no curso universitário e possuir amplos e profundos conhecimentos para ser servidores autenticamente fiéis ao nosso povo. Os professores devem ser mais exigentes com os alunos para que estudem com afinco.
Há que intensificar, ademais, a educação política e ideológica na universidade.
Atualmente, entre os sancionados por haver trabalhado mal nos organismos estatais, nas fábricas ou nas empresas figuram não poucas pessoas que foram instruídas e formadas em nossos institutos superiores. A aparição deste fenômeno entre eles se deve a que não receberam uma educação política e ideológica intensa e uma formação adequada durante seus anos de estudo.
Os que não estão bem preparados no plano político e ideológico não podem ser quadros fiéis ao Partido e a revolução, por mais excelentes que sejam seus conhecimentos tecnológicos. Se é importante dar nas universidades conhecimentos científicos e técnicos aos estudantes, mais importante é formá-los perfeitamente no terreno político e ideológico. Somente sob a base de uma boa formação política e ideológica é possível realizar com eficiência o ensino científico e tecnológico. A universidade realizará uma intensa educação política e ideológica para formar todos estudantes como excelentes engenheiros que adquiriram em sua época universitária as ideias comunistas e os últimos avanços das ciências e tecnologia.
É fundamental estabelecer o espírito partidário entre os estudantes. Estes, uma vez graduados, ocuparão cargos importantes. Deverão administrar em qualidade de engenheiros as fábricas ou dirigir a produção de postos importantes. Por isso a universidade deve prestar profunda atenção ao forjar do espírito partidário nos estudantes. Deve procurar que eles se formem tão perfeitamente neste sentido durante seus anos de estudo como os das escolas do Partido. Assim converterá todos os estudantes afiliados ao Partido em militantes medulares e aos sem filiação em quadros fiéis ao mesmo, antes de os incorporar à sociedade.
É necessário intensificar a formação comunista dos estudantes. Esta é uma das mais importantes tarefas que se apresentam ante ao nosso Partido no momento atual. Dado que em nosso país foi implantado o regime socialista, é preciso, conforme ele, realizar uma intensa educação para dotar todos com ideias comunistas.
A universidade deve converter a totalidade de estudantes em comunistas durante seu curso universitário. O Estado os alimenta, veste e ensina durante cinco anos. Sendo assim, seria lamentável se ao longo deste período a universidade não logre convertê-los em comunistas. Desde logo, eles podem seguir recebendo a educação comunista também depois de incorporados à sociedade, porém devem se tornar comunistas sem falta na época universitária, já que levam então uma vida muito disciplinada e coletiva.
Em nosso país toda pessoa tem direito ao estudo. Por esta razão, nos institutos superiores podem estudar, além dos filhos de trabalhadores e camponeses, os filhos de cristãos e dos comerciantes do passado e outros de várias procedências. A universidade deve fazer todos estudantes tornarem-se comunistas nos cinco anos de estudo, independentemente de sua origem social.
Me informaram que nesta Universidade expulsaram alunos que haviam cometido erros ou tinham má conduta, o que é injusto. Se expulsam os estudantes atrasados, aumentará na mesma medida o número desses em nossa sociedade. Com a universidade é um centro instrutivo e educacional, tem que transformar todos os atrasados.
A educação e a transformação devem ser levadas a cabo principalmente por explicação e persuasão. Esta é uma orientação de nosso Partido. A universidade deve materializá-la cabalmente.
O comitê do Partido da universidade, em vez de abandonar os estudantes atrasados, deve os persuadir e educar com paciência. Desta maneira, converterá todos estudantes não só em comunistas, mas em educadores e propagandistas capazes de educar outras pessoas no comunismo.
A educação com feitos positivos é uma forma muito efetiva de formação comunista. Estão a nosso alcance muitos feitos positivos aproveitáveis para a educação comunista.
Kil Jwak Sil, chefa de uma brigada Chollima da Fábrica Têxtil de Pyongyang é uma magnífica camarada. Ela, depois de obter um título de Chollima para sua brigada, se transferiu voluntariamente a outra atrasada onde teria um salário menor e muitas tarefas, e a converteu também em brigada Chollima. Regulou o centro de trabalho e o albergue que estavam desordenados, conduziu os membros da brigada a cuidar bem dos bens do Estado e manter com esmero as máquinas, assim como logrou sua unidade educando as companheiras atrasadas. Esta é precisamente a atitude comunista.
Em nosso país há muitas pessoas como a camarada Kil Jwak Sil. Os heróis que durante a Guerra de Libertação da Pátria morreram combatendo valorosamente, são comunistas magníficos. Os que não são comunistas não podem sacrificar sua vida sem vacilação pela pátria e povo. Na formação comunista é melhor educar com feitos exemplares do que simplesmente falar da necessidade de combater o egoísmo.
O que importa na educação comunista é cultivar nos alunos o amor ao trabalho.
Na passada sociedade exploradora as pessoas tinham um ponto de vista errôneo sobre o trabalho. Devido a isto, nosso povo, obrigado a realizar os trabalhos agoniantes, levava uma vida difícil, pela qual buscava a maneira de liberar seus filhos do trabalho físico. Invejavam os que comiam o pão do ócio e queriam casas suas filhas com os que não se dedicavam a esse trabalho.
Todavia há pessoas que gostam de ocupar-se comodamente de assuntos de escritório e evitam trabalhar suando. Segundo dizem, alguns técnicos, graduados universitários, ainda quando vão ao centro de trabalho onde os trabalhadores trabalham com afinco, não lhes ensinam e ajudam participando junto com eles na produção, mas somente tomando em seu caderno as cifras estatísticas.
Em nossa sociedade o trabalho é algo sagrado e honroso. O trabalho permite melhorar o bem-estar do povo, fazer rico e próspero o país e construir a sociedade comunista.
Na universidade deve-se combater resolutamente entre os estudantes a tendência a não amar o trabalho e esquivar o corpo das tarefas difíceis. Em especial, há que erradicar para sempre o hábito de pensar que uma vez feito intelectual se tem a sorte de ocupar apenas trabalhos fáceis. Desta maneira há que lograr que todos os estudantes assumam uma correta atitude para com o trabalho e o amem. Por natureza os coreanos são trabalhadores e gostam de trabalhar. Qualquer um pode trabalhar bem com tal que se adquira uma correta compreensão do trabalho à custa de uma intensa educação comunista.
É importante, ademais, formar os alunos no amor aos trabalhadores. Há quadros que não desfrutam da confiança dos trabalhadores por não assumir uma atitude correta para com eles. Essa atitude se expressa fundamentalmente na desatenção dos dirigentes das fábricas pela vida dos trabalhadores devido aos resíduos da velha ideologia que existem em suas mentes. Se os quadros embora sejam de procedência trabalhadora, não se livram por completo da velha ideologia, acabarão por burocratizar-se esquecendo sua situação social.
Nos institutos superiores politécnicos, destinados a formar quadros administradores das fábricas, deve cultivar-se cabalmente entre os alunos o amor aos trabalhadores. Os professores devem adotar uma atitude correta frente aos alunos e dar o exemplo de respeitar os trabalhadores. E os estudantes devem respeitar seus camaradas na vida cotidiana, e não ser irracional nem vituperar uns aos outros.
Há que educar os estudantes no espírito de superar as dificuldades.
Atualmente há pessoas que propõem reduzir o número de estudantes alegando que na construção de tropeça com dificuldades devido aos enormes fundos que o Estado destina ao ensino.
É certo que o Estado gasta enormes somas na educação. Nosso país mantém muitas escolas, jardins de infância e creches. É um dos países com maior proporção de alunos entre sua população no mundo.
Sabemos que se reduzimos à metade o número atual de estudantes podemos diminuir a carga do Estado e construir muitas fábricas com os fundos poupados. Porém, por mais fábrica que construamos, não poderíamos manejá-las nem desenvolver com rapidez a economia se não temos técnicos. Somente quando construímos muitas escolas e fornecemos grande número de quadros tecnológicos nacionais, poderemos levar nosso país à altura dos países desenvolvidos. Graças a que nos tempos passados dedicamos grandes esforços ao ensino e formamos grande número de quadros nacionais, logramos alcançar o nível atual do país, que antes era atrasado. Por maior que seja a carga do Estado e as dificuldades, devemos aguentá-las e superá-las.
Nos primeiros anos que seguiram ao cessar fogo os fracionistas antipartido desafiaram o Partido em vez de superar as dificuldades temporais. Eles propuseram consumir em alimento toda a ajuda que nos davam outros países. Todavia, digam o que for, construímos fábricas vencendo todas as dificuldades que tropeçávamos, graças ao qual agora levamos uma vida decorosa. Se não tivéssemos edificado naquele tempo as fábricas, não poderíamos agora produzir por nossa própria conta nem sequer uma máquina e até nos seria difícil construir um edifício de instituto de ensino superior.
Temos, todavia, certas dificuldades para superar. Embora não sejam tão grandes quanto as que sofremos no período da restauração e construção pós-guerra, devemos enfrentar algumas dificuldades nos dois ou três anos seguintes.
O comitê do Partido da universidade deve cultivar nos alunos, mediante uma intensa educação, o espírito de superar as dificuldades. Ademais, imbuir-lhes o espírito de solucionar tudo por conta própria.
Há que ensinar os alunos a viver de forma culta e higiênica.
Atualmente em muitas fábricas e empresas vemos que não prestam a devida atenção ao trabalho de cultura higiênica. Também nas casas de alguns engenheiros vemos que nem sequer mantém o pátio limpo.
Onde está a causa disso? Está em que eles não se acostumaram à vida culta e higiênica na época universitária.
Se nessa época os alunos adquirem o costume de manter o local docente e o albergue em condições higiênicas e cultas, e de viver com pulcritude, uma vez incorporados à sociedade manterão limpas as fábricas e residências e criarão um ambiente higiênico e civilizado na vida. Os comitês do Partido e da organização da Juventude Democrática na universidade deverão ser exigentes para que os estudantes levem uma vida mais higiênica e culta.
Aos professores e estudantes da universidade cabe a tarefa de intensificar a investigação científica para assim brindar sua eficaz contribuição ao desenvolvimento da economia nacional. Segundo me informaram, eles tomam parte ativa na investigação científica oferecendo muita ajuda tecnológica ao desenvolvimento da economia nacional. Isto é algo muito positivo.
Hoje em dia os diversos ramos da indústria tendem a usar em grande escala o método de soldadura. A universidade realizará uma investigação para produzir boas hastes de solda e contribuir assim ao avanço da economia nacional.
Também há que realizar eficientemente a investigação para o desenvolvimento da indústria de semicondutores.
Para incrementar rapidamente a produção de metais é indispensável aumentar a taxa de rendimento melhorando o processo de concentração. Por mais que os minerais que sejam extraídos, se não são concentrados devidamente, não valerá a pena haver feito tantos esforços. É recomendável que na universidade examinem a possibilidade de aplicar à produção o resultado da prova de concentração pelo procedimento de flotação.
É louvável que na universidade tenha sido logrado fabricar uma bússola geológica. Coisas como esta são dignas de um centro docente superior.
Me disseram que fabricaram um helicóptero para a investigação, o que é, desde então, necessário. Porém é mais importante produzir coisas de maior valor efetivo para o desenvolvimento da economia nacional. Por exemplo, é melhor construir barcos capazes de navegar nos rios de águas baixas e rápidas, ou locomotivas elétricas, ou máquinas agrícolas que possam mecanizas os trabalhos agrícolas em campos inclinados. Se logra-se construir tal barco e se põe em navegação no trecho de Sinuiju a Jasan, no rio Amnok, e no de Nampo a Tokchon, no Taedong, etc. significaria uma grande ajuda para o desenvolvimento da economia nacional.
Há que realizar devidamente o fornecimento para os estudantes. Na universidade não devem depender só de dois alimentos complementares proporcionados pelo Estado, mas criar por conta própria os animais e cultivar muitas hortaliças para melhorar a dieta dos estudantes. Ademais, é necessário dotar adequadamente o albergue estudantil.
Espero que a Universidade de Tecnologia Kim Chaek forme em curto lapso grande número de competentes quadros técnicos por meio da intensificação do ensino e da educação.
Discurso proferido por Kim Il Sung ante aos professores, empregados e estudantes da Universidade de Tecnologia Kim Chaek em 9 de março de Juche 49 (1960).