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REIMPRESSÕES

URC

Viva à grande Revolução Socialista de Outubro! Viva aos povos do mundo!



Reproduzimos mais uma vez o documento da URC escrito por ocasião do centenário da Grande Revolução de Outubro em 2017



O proletariado e os povos oprimidos do mundo celebram o centenário da grande Revolução Socialista de Outubro de 1917 com grande entusiasmo. Não apenas na Ásia, África, América Latina, Oceania, como também na Europa e na América do Norte milhões e milhões de trabalhadores realizam ações para que este evento, que representou a primeira vitória histórica da classe operária em sua luta pela edificação do comunismo, seja lembrado da devida maneira.


A Revolução Socialista de Outubro de 1917, dirigida pelo Partido Bolchevique, o Partido de Lenin e Stalin, deixa para trás a época das velhas revoluções burguesas e inaugura a era das revoluções proletárias. Isso significa que estamos na Era em que a classe operária e as massas trabalhadoras deixaram de ser um apêndice político da burguesia nas manobras por seus próprios interesses egoístas e que, muito pelo contrário, para derrubar este capitalismo podre e decadente que temos hoje, o imperialismo, e edificar a nova sociedade comunista livre da exploração do homem pelo homem, a classe operária deve agir de forma independente, forjando o partido único que seja a encarnação e a representação mais fiel de seus interesses futuros e imediatos. A despeito de todo alarde da propaganda anticomunista, é totalmente exata a concepção de Lenin segundo a qual a época do imperialismo é a antessala do socialismo, época na qual todas as condições objetivas para a vitória da Revolução Proletária estão postas, ainda que o amadurecimento das condições objetivas contraste com as condições subjetivas pouco amadurecidas, no que diz respeito à questão da organização.


Sob influência da vitoriosa Revolução Socialista de Outubro de 1917, fundaram-se partidos comunistas nos principais países do mundo. Em nosso país, a Revolução de Outubro cumpriu um papel determinante para que a classe operária brasileira rompesse com as concepções erradas do anarcossindicalismo e fundasse, no ano de 1922, o Partido Comunista do Brasil, que desde sua fundação esteve filiado à III Internacional Comunista de Lenin, o Partido Internacional do proletariado revolucionário. Sob impulso da Revolução de Outubro de 1917, no ano de 1919 a classe operária da Hungria derruba o poder da burguesia e dos latifundiários e funda uma república soviética de operários e camponeses que, mesmo tendo durado por um breve período, fora sem dúvida uma das mais expressivas ações do proletariado combativo neste período. No norte da Itália, a classe operária levava a cabo ações contundentes de ocupações de fábricas e usinas, criando e consolidando os primeiros embriões do Poder vermelho, e forjando igualmente seu Exército Vermelho para defender este novo poder político que nascia a partir das grandes fábricas e empresas. Na Mongólia, em 1921, o Partido Comunista e seu Exército Vermelho dirigem uma grande revolução democrática contra a dominação dos colonialistas estrangeiros, do feudalismo tribal e fundam uma república democrático-popular baseada na aliança operário-camponesa, tornando a Mongólia o segundo Estado socialista duradouro do mundo.


Apesar disso, a influência transcendental da Revolução de Outubro na luta dos povos vai muito além de uma influência que se manifestou sob a forma da luta de operários e camponeses pela construção do socialismo. Ainda que a Rússia czarista não fosse uma colônia e tenha também cumprido o papel de potência imperialista que se lançou na rapina colonial, a Revolução de Outubro expandiu sem cessar a perspectiva pelas lutas de libertação nacional dos povos e nações oprimidas das colônias e semicolônias, contra o imperialismo, o colonialismo e o racismo. A Rússia, que após a Revolução Socialista de 1917 abriu mão de suas possessões coloniais no norte da China, influenciou decisivamente o movimento democrático e nacional do povo chinês de 4 de maio de 1919, que exigia a expulsão dos imperialistas estrangeiros que grilavam extensas parcelas do território chinês, e particularmente o retorno do território de Qing Dao para a China, que fora arrebatado pelo jovem imperialismo japonês. Este movimento, embora não de caráter diretamente comunista, mas nacional e democrático, abriu o caminho para que o proletariado se tornasse a vanguarda das lutas do povo chinês e fundasse seu Partido Comunista em 1921. No mesmo ano de 1919, o povo coreano levou a cabo o grande movimento democrático e anti-imperialista de 1º de março contra os imperialistas japoneses, fazendo aumentar também na Coreia o prestígio da Revolução Socialista de Outubro. Na Turquia, logo em seguida à vitória da Revolução Russa em 1917, eclodira uma grande revolução democrático-burguesa contra o feudalismo e os imperialistas estrangeiros. Grandes revoluções e lutas de libertação se alastravam pela Índia, Egito, Tunísia, África do Sul, Marrocos, e vários outros países. Também nos países imperialistas, os povos oprimidos levantavam seu grito de guerra contra os opressores, pela libertação e autodeterminação. Nos Estados Unidos, onde o povo negro era vítima do racismo mais vil e desumano, bem como de ataques e linchamentos paramilitares por parte de grupos fascistas como a Ku Klux Klan, a vitoriosa Revolução de Outubro de 1917 fez surgir os primeiros grandes grupos de autodefesa dos operários e camponeses negros; o povo negro se engajava de forma crescente na luta libertadora contra o imperialismo racista norte-americano, e este povo passava a ver na Rússia Soviética os mais consequentes defensores de seus direitos e sua autodeterminação.


É importante lembrar que a vitória da Revolução de Outubro de 1917 ocorre em meio à primeira grande guerra imperialista no mundo, quando o capitalismo já escancarava seus traços mais podres, regressivos e anticivilização. A Revolução de Outubro de 1917 marca por conseguinte a primeira etapa da grande crise geral do sistema capitalista-imperialista, com a saída pela primeira vez de um grande país capitalista deste sistema, que começou a construir pela primeira vez na história, pelas suas próprias forças, o sistema socialista.


As forças mais reacionárias do imperialismo se descabelavam ao ver esse regime podre cair por terra pelos golpes contundentes da classe operária e dos povos oprimidos, não podiam suportar a influência cada vez maior do comunismo e da Rússia soviética em todo o mundo capitalista. Na tentativa fracassada de impedir o avanço inevitável da Revolução Proletária e restaurar seu regime podre, o imperialismo envia suas tropas e bandos mercenários para sabotar e destruir o primeiro Estado proletário da história no ano de 1918. Termina completamente derrotado pela luta e persistência das massas trabalhadoras, com a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas no ano de 1922. Derrotado em 1922, o imperialismo passa a lançar mão do fascismo e a intensificar o militarismo, o chauvinismo racial e étnico como forma de manter sua dominação sobre os povos do mundo. Os Estados Unidos, Inglaterra e outras potências imperialistas reergueram o fascismo e o militarismo imperialista na Alemanha e na Itália na esperança de jogar estas no sentido de uma agressão contra a União Soviética socialista. Terminaram, então, sofrendo mais uma humilhante derrota dos povos do mundo. O imperialismo não apenas não logrou destruir a União Soviética, como também se afundou ainda mais no abismo, tendo iniciado a partir de 1945 a segunda etapa da grande crise geral do sistema capitalista, quando se retirou do sistema capitalista não apenas a Rússia como em 1917, mas um terço de toda a população mundial, bilhões de seres humanos da Europa e da Ásia, e posteriormente diversos países da África, e Cuba na América Latina, que passaram a trilhar o caminho da independência nacional e da construção da nova sociedade.


Poderíamos permanecer por horas e horas citando os diversos feitos e méritos da Revolução de Outubro e estaríamos ainda longe de acabar, pois são inumeráveis! Cem anos após a vitória da primeira Revolução socialista no mundo, as classes dominantes reacionárias farão de tudo para esconder estes méritos. Mostrarão aos quatro cantos do mundo as imagens da queda do Muro de Berlim e da União Soviética como "exemplos" do "fracasso do comunismo", que o comunismo "morreu" e o capitalismo fora definitivamente vitorioso e assim o será pela eternidade. É nosso dever, como filhos e filhas da nova geração de comunistas do ano de 2017, desmascarar e pôr a nu diante das massas as mentiras jogadas aos quatro ventos pela burguesia contra o socialismo, denunciar a contradição básica do capitalismo que engendra suas crises econômicas, seu crônico esgotamento e por conseguinte a necessidade de sua substituição pelo socialismo. Diante do trabalho sobre-humano que as gerações anteriores de comunistas foram capazes de executar, o que seria a queda da União Soviética senão uma derrota temporária, uma curva fora do caminho?


Ainda que temporária, sem sobra de dúvidas os acontecimentos do final da década de 1980 e início dos anos 1990 representaram uma grande derrota ao movimento comunista, ao movimento operário e popular. Seguimos ainda sob uma conjuntura desfavorável para as forças revolucionárias, e por esse motivo é necessário redobrarmos nosso ânimo militante, nosso senso de disciplina e compromisso com a causa revolucionária.


É necessário que rompamos com todas as ilusões que são generalizadas nos tempos atuais, ilusões que atribuem à Revolução de Outubro e a outras importantes revoluções proletárias uma espécie de caricatura, caricaturas estas que de acordo com tal concepção seriam um "modelo clássico de revolução", uma "receita de bolo" e, diante de um contexto histórico indiscutivelmente diferente nos tempos atuais, uma "revolução clássica" não seria mais possível. Independentemente das mudanças no contexto histórico ou nas diferentes conjunturas políticas, pensamos que não é possível para a conquista do poder político para as massas trabalhadoras e a construção do socialismo sem um sólido Partido Comunista único que guie as massas no sentido do cumprimento de tais tarefas, e sem um sólido Exército Popular que permita às massas manter as conquistas da Revolução e defendê-las dos ataques do imperialismo e seus agentes internos. Reconstruir o Partido Comunista do Brasil e retomar a Revolução Brasileira é uma das responsabilidades históricas que recaem sobre a geração dos comunistas de 2017.


No Brasil, rufam os tambores de um golpe militar de tipo fascista, encabeçado pelo imperialismo norte-americano em conluio com seus agentes internos, a grande burguesia compradora brasileira e a classe dos latifundiários, para transformar nosso país numa colônia completa, em um apêndice agrário completo das grandes potências, alinhado ao imperialismo não apenas no sentido econômico mas também politicamente, servindo na prática como trampolim para a agressão dos povos do Terceiro Mundo, como já se faz ver, por exemplo, com a Venezuela. Recai sobre a jovem geração dos comunistas de 2017 a responsabilidade de resistir ao Golpe de Estado fascista iniciado em 2016 e que marcha a passos largos para assumir sua forma militaresca ao estilo de 1964.


É necessário que os comunistas brasileiros da nova geração organizem a classe operária, os proletários das grandes fábricas e empresas, principalmente nas mais estratégicas, ligadas ao capital estrangeiro, e elevar a classe operária ao nível de classe dirigente da Revolução Brasileira.


É necessário que os comunistas brasileiros da nova geração se unam com todo ímpeto às massas dos lavradores pobres, sem terra ou com pouca terra, aos quilombolas e povos indígenas. Num país que em breve terá seu território tomado de si pelo conluio entre os capitalistas estrangeiros e os latifundiários locais, as massas camponesas, indígenas quilombolas e ribeirinhas estão na linha de frente da luta revolucionária contra estes que são os inimigos principais do povo brasileiro, o bastião de todo atraso e opressão, e seguem combatendo estes inimigos da nação de armas na mão, em defesa da terra, do território e de um meio ambiente que sirva às necessidades da nação brasileira e não aos lucros dos grandes monopólios gringos.


É necessário que os comunistas brasileiros da nova geração se unam às grandes massas do povo pobre das grandes cidades, das favelas, bairros pobres e ocupações, e que sejam suficientemente capazes de dirigir a luta dos pobres das cidades contra a militarização das comunidades e os desmandos do Exército e da polícia, dos grandes proprietários de terrenos, agiotas, narcotraficantes e demais inimigos do povo.


Continuemos a causa e o legado da grande Revolução Socialista de Outubro de 1917, não importando o quão árduo e longo seja o caminho a seguir! Aumentemos nossa disposição e disciplina militantes! Apoiando-nos na ciência da Revolução, o Marxismo-Leninismo-Pensamento Mao Tsé-Tung, temos a certeza na vitória do socialismo e do comunismo.


Viva ao centenário da grande Revolução Socialista de Outubro!

Viva ao legado revolucionário de Lenin e Stalin!

Viva à luta pela reconstrução do Partido Comunista do Brasil! Viva à Revolução Brasileira!

Viva aos povos em luta!


UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA

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