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Mao: "O imperialismo estadunidense é um tigre de papel"


Os Estados Unidos têm ostentado por todo o lado a bandeira anticomunista, com o fim de perpetuarem a agressão contra outros países.

Os Estados Unidos têm contas a ajustar em toda a parte, não só nos países da América Latina, da Ásia e da África, mas também nos da Europa e da Oceania. Todo o mundo, incluindo a própria Inglaterra, tem aversão pelos Estados Unidos. As massas do povo não gostam deles. O Japão também antipatiza com os Estados Unidos porque é por eles oprimidos. Nenhum dos países do Oriente está livre da agressão americana. Os Estados Unidos invadiram a nossa província de Taiwan. O Japão, a Coreia, as Filipinas, o Vietnã e o Paquistão sofrem todos eles a agressão americana, embora alguns deles sejam aliados dos Estados Unidos. Os povos estão descontentes e, em alguns países, os próprios governos estão.

Todas as nações oprimidas querem a independência.

Tudo está sujeito à mudança. As grandes forças decadentes darão lugar às pequenas forças recém nascidas. As forças pequenas tornar-se-ão grandes, porque a maioria do povo exige esta mudança. As forças americanas imperialistas transformar-se-ão igualmente de grandes em pequenas, porque também o povo americano está descontente com o seu governo.

Ao longo da minha vida eu próprio tenho assistido a tais mudanças. Alguns de nós aqui presentes nascemos na Dinastia Ching e outros nasceram depois da revolução de 1911.

A Dinastia Ching foi derrubada há muito tempo. Por quem? Pelo partido dirigido por Sun Yat-sen, juntamente com o povo. As forças de Sun Yat-sen eram tão pequenas que os oficiais Ching não as levaram a sério. Sun Yat-sen chefiou muitos levantamentos, que falharam uns após os outros. No final, contudo, foi Sun Yat-sen que derrubou a Dinastia Ching. O tamanho do inimigo não é coisa que devamos temer. Os grandes serão derrubados pelos pequenos. Os pequenos tornar-se-ão grandes. Depois de derrubar a Dinastia Ching, Sun Yat-sen foi derrotado. Foi derrotado porque não foi capaz de corresponder às exigências do povo, as quais eram a da terra e a da oposição ao imperialismo, nem compreendeu a necessidade de esmagar os contrarrevolucionários, que nessa altura se movimentavam livremente. Veio a ser derrotado mais tarde às mãos de Iuan Xi-cai, chefe dos senhores da guerra do Norte. As forças de Iuan Xi-cai eram maiores que as de Sun Yat-sen. Mas aqui de novo atuou esta lei: as forças pequenas, ligadas ao povo, tornam-se fortes, enquanto que as forças grandes que se opõem ao povo se enfrauecem. Posteriormente, os democratas revolucionários de Sun Yat-sen cooperaram conosco, comunistas, e juntos desmantelamos o domínio dos senhores da guerra de Iuan Xi-cai.

O governo de Tchiang Kai-chek na China era reconhecido pelos governantes de todos os países e durou vinte e dois anos; as suas forças eram as maiores. As nossas forças eram pequenas, a princípio cinquenta mil membros do Partido e apenas alguns milhares depois das repressões contrarrevolucionárias. O inimigo provocou distúrbios em toda a parte. Mas de novo atuou esta lei: os grandes e fortes acabam vencidos, porque estão separados do povo, enquanto que os pequenos e fracos saem vitoriosos, porque estão ligados ao povo e trabalham para ele. Foi assim que veio a acontecer.

Durante a guerra antijaponesa, o Japão era muito poderoso, as tropas do Kuomintang foram repelidas para o interior e as forças armadas dirigidas pelo Partido Comunista só podiam conduzir a luta de guerrilhas nas zonas rurais, por detrás das linhas inimigas. O Japão ocupou grandes cidades chinesas como Pequim, Tientsin, Xangai, Nanquim, Vuhan e Cantão. Não obstante, os militaristas japoneses caíram, tal como aconteceu com Hitler, na Alemanha, de acordo com a mesma lei.

Passamos por inúmeras dificuldades e fomos obrigados a ir do Sul para o Norte, ao mesmo tempo que as nossas forças baixavam de algumas centenas de milhares para umas escassas dezenas de milhares. Ao fim dos 25.000 lis da Longa Marcha só nos restavam 25.000 homens.

Na história do nosso Partido surgiram muitas linhas erradas de "esquerda" e de direita. As mais graves de todas foram a linha desviacionista de direita de Tchen Tu-siu e a linha desviacionista de "esquerda" de Vam Mim. Para além disto, houve os erros desviacionistas de direita cometidos por Tcham Cuo-tao, por Cao Cam e outros.

Os erros também têm um lado bom, uma vez que podem educar o povo e o Partido. Temos tido uma quantidade razoável de professores, pelo exemplo negativo: o Japão, os Estados Unidos, Tchiang Kai-chek, Tchen Tu-siu, Li Li-sam, Vam Mim, Tcham Cuo-tao e Cao Cam, por exemplo. Pagamos um preço muito alto para aprendermos com esses professores pela negativa. No passado, a Inglaterra provocou muitas vezes a guerra contra nós. A Inglaterra, os Estados Unidos, o Japão, a França, a Alemanha, a Itália, a Rússia czarista e a Holanda, todos estavam muito interessados nesta nossa terra. Todos eles foram nossos professores pela negativa e nós fomos seus alunos.

Durante a Guerra de Resistência, as nossas tropas cresceram e, através dos combates contra o Japão, tornaram-se numa força de 900 mil homens. Depois, veio a Guerra de Libertação. As nossas armas eram inferiores às do Kuomintang. As tropas do Kuomintang estavam então calculadas em quatro milhões, mas, em três anos de luta, pusemos fora de combate, ao todo, oito milhões. O Kuomintang, apesar de ajudado pelo imperialismo americano, não nos conseguiu derrotar. Os grandes e fortes não podem vencer; são sempre os pequenos e fracos que acabam por vencer.

Hoje em dia, o imperialismo americano é bastante poderoso, mas, se formos ver bem, não o é. É politicamente muito fraco porque está separado das massas do povo e é odiado por toda a gente, inclusive pelo povo americano. Na aparência, é muito poderoso, mas na realidade não há o que temê-lo, é um tigre de papel. Sendo aparentemente um tigre, é feito de papel, incapaz de resistir ao vento e à chuva. Penso que os Estados Unidos não são senão um tigre de papel.

A história como um todo, a história da sociedade de classes, ao longo de milhares de anos, tem provado o seguinte: os fortes devem dar lugar aos fracos. Isto é válido também para as Américas.

Só quando o imperialismo for eliminado é que a paz poderá prevalecer. Um dia virá em que os tigres de papel serão exterminados. Mas não se extinguirão de livre vontade, têm que ser fustigados pelo vento e pela chuva.

Quando dizemos que o imperialismo é um tigre de papel, estamos a falar em termos estratégicos. Considerando-o como um todo, devemos desprezá-lo. Mas se considerarmos cada uma de suas partes separadamente, devemos levá-lo a sério. Tem garras e mandíbulas afiadas. Devemos destruí-lo pouco a pouco. Por exemplo, se ele tem dez dentes partam-lhe primeiro um e ficarão nove; partam-lhe outro e ficarão oito. Quando todos os dentes tiverem desaparecido, ainda terá garras. Se nos ocuparmos delas de forma gradual e persistente, certamente acabaremos por ser bem-sucedidos.

Estrategicamente, devemos desprezar profundamente o imperialismo americano. Taticamente devemos levá-lo a sério. Ao lutarmos contra ele, devemos encarar seriamente cada batalha, cada confronto. Presentemente, os Estados Unidos são poderosos, mas vistos numa perspectiva mais ampla, como um todo e a longo prazo, não têm qualquer apoio popular, a sua política é odiada pelo povo, porque o oprime e o explora. Por esta razão, o tigre está condenado à morte. Por isso, não há que temê-lo e podemos desprezá-lo. Mas, hoje em dia, os Estados Unidos ainda têm força, produzem mais de 100 milhões de toneladas de aço por ano e atacam por toda a parte. É por isso que devemos continuar a empreender combates contra eles, a combatê-los com todas as nossas forças e a conquistar-lhes posição atrás de posição. E isso leva tempo.

Parece que os países das Américas, da Ásia e da África terão de continuar a lutar contra os Estados Unidos mesmo até o fim, até que o tigre de papel seja destruído pelo vento e pela chuva.

Para se oporem ao imperialismo americano, os povos de origem europeia da América Latina devem se unir com os índios autóctones. Talvez os imigrantes brancos vindos da Europa possam dividir-se em dois grupos: um composto por governantes e o outro por governados. Isso facilitará ao grupo dos brancos oprimidos a aproximação em relação ao povo nativo, já que a situação deles é a mesma.

Os nossos amigos da América Latina, da Ásia e da África estão na mesma posição que nós e estão a fazer o mesmo tipo de trabalho, a fazer algo pelo povo e para enfraquecer a opressão imperialista de que são vítimas. Se fizermos um bom trabalho, poderemos exterminar a opressão imperialista. Nisto, somos camaradas.

Somos da mesma natureza que vós na nossa oposição à opressão imperialista, diferimos apenas na posição geográfica, na nacionalidade e na língua. Mas somos de natureza diferente do imperialismo; o imperialismo enoja-nos.

Para que serve o imperialismo? O povo chinês não precisa dele para nada e os povos do resto do mundo também não. O imperialismo não tem nenhuma razão para existir.

Parte de uma conversa do camarada Mao Tsé-tung com duas personalidades latino-americanas em 14 de Julho de 1956.

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