Camponeses seguem sendo massacrados no Brasil
Enquanto o Brasil se afunda em uma das maiores crises da sua história, levada a cabo pela classe política entreguista e antipovo sob a tutela dos militares, os grandes fantoches locais do imperialismo ianque, o Terrorismo de Estado e dos grandes latifundiários segue avançando contra os homens e mulheres no campo por todo o país.
O massacre anunciado pelas denúncias dos camponeses das áreas Tiago Campim dos Santos e Ademar Ferreira na região de Nova Mutum em Rondônia encontrou uma valente resistência das massas locais, mas o aparato de repressão sob cobertura da imprensa e das autoridades locais, cometeram mais um dos seus crimes.
Segundo a denúncia do jornal Resistência Camponesa, “no dia 29 de outubro, policiais PM do BOPE (batalhão de operações especiais) assassinaram covardemente os companheiros Gedeon José Duque e Rafael Gasparini Tedesco. Os assassinatos ocorreram na região de Nova Mutum, nas áreas invadidas pelas operações ilegais da PM contra as mais de 700 famílias, que desde o início de outubro nunca cessaram, mesmo contrariando duas decisões do STF. Como de praxe a matilha da reação contam a estorinha de sempre, de confronto, de troca de tiros, para encobrir seus crimes cotidianos contra os pobres e lutadores”. Os companheiros Gedeon e Rafael eram militantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP).
Já no dia 31 de outubro, as famílias do assentamento Fabio Henrique do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no município do Prado (BA), foram atacadas por mais de 20 homens encapuzados e fortemente armados, que atiraram em direção aos trabalhadores que estavam reunidos no momento de uma assembleia.
Durante o ataque, os criminosos a soldo do latifúndio tomaram alguns trabalhadores como reféns apontando armas de fogo para suas cabeças, enquanto exigiam que estes localizassem os dirigentes locais do MST. O grupo ainda ateou fogo em dois ônibus dos agricultores, depredou as casas e atirou em 3 carros de passeio que estavam estacionados na praça da agrovila.
Na tarde do dia 3 de novembro, outro grupo armado atacou um acampamento de camponeses em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Segundo relato de moradores do Acampamento São Vinícius, os pistoleiros atearam fogo nas barracas e espancaram homens e mulheres.
Segundo o site De Olho nos Ruralistas, “as oitenta famílias que vivem às margens da Fazenda Tinelli se dedicam ao extrativismo de açaí e castanha e plantam mandioca para subsistência. No momento do ataque, havia em torno de quarenta pessoas, já que muitas saem para trabalhar, num esquema de rodízio”. Todo o acampamento foi destruído e muitos ficaram com ferimentos oriundos das agressões de mais este grupo criminoso a serviço dos latifundiários da região.
Enquanto a nossa chamada esquerda se esconde em uma esvaziada campanha de Fora Bolsonaro à espera das eleições, a luta camponesa ganha cada vez mais importância para o futuro das massas brasileiras, diante da cínica e aberta ofensiva do latifúndio contra o nosso povo.