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REIMPRESSÕES

Foto do escritorNOVACULTURA.info

"Ernst Thälmann: o comunista que desafiou Hitler"



Há 135 anos, em 16 de abril de 1886, nascia Ernst Thälmann, revolucionário alemão que participou de momentos importantes do início do século passado na Alemanha e rivalizou diretamente com Adolf Hitler na entrada da década de 1930.


Ernst Thälmann era filho de camponeses e ainda na juventude trabalhou em vários ramos, passando pelo comércio e pelo transporte marítimo de vapores, onde entrou em contato com o movimento político sindical. Ingressou no Partido Social-Democrata alemão e depois travou contato com Rosa Luxemburgo e os Espartaquistas. Foi convocado pelo Exército e, com isso, participou da Primeira Guerra Mundial, sendo condecorado com a valiosa Cruz de Ferro de 2ª classe por atos de bravura. Sua mentalidade política, porém, amadureceu nesse período e perto do fim da guerra, por enxergar seu caráter inter-imperialista, ele desertou.


De volta à Alemanha, Ernst Thälmann participou dos levantes de 1918 e se fixou ao lado dos comunistas revolucionários, ingressando no Partido Comunista da Alemanha e tomando cargos de direção na organização. Planejou e auxiliou vários levantes e manifestações por toda a Alemanha na esteira da vitória da Revolução na Rússia. Pelo Partido Comunista, concorreu em eleições e se tornou figura muito conhecida no seu país, sendo eleito deputado para o Reichstag. Ele também denunciou a posição reacionária dos sociais-democratas, que ordenaram o massacre de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht durante o Levante Espartaquista.


Com a ascensão do fascismo, que crescia inclusive como movimento militar que perseguia sindicatos e comunistas, promovendo repressões durante greves e manifestações, Thällman fundou uma milícia paramilitar comunista, a Roter Frontkämpferbund (RFB), que protegia as ações e reuniões dos comunistas contra as ações dos agentes fascistas. A RFB realizava paradas e desfiles para rivalizar com os SA de Hitler.


Thällman se transformou na principal figura antítese de Hitler na Alemanha, ganhando a atenção negativa dele. Com a proibição e banimento do RFB, Thällman fundou a Antifaschistische Aktion — a Ação Antifascista, existente até hoje e bem popular em todo o mundo.


Ernst Thälmann, porém, entraria para a história pelo memorável embate com Hitler nas eleições alemãs de 1932. Ele foi o candidato do Partido Comunista nas controversas e muito turbulentas eleições de 1932. Thälmann se apresentava como a única alternativa real de contenção de Hitler, que contava com o apoio dos industriais e da burguesia reacionária alemã, desesperada com a vitória dos bolcheviques na Guerra Civil da Rússia.


Ele ficou em terceiro lugar nas eleições, ganhando quase 4 milhões de votos dos alemães, uma cifra extraordinária para a época. O resultado geral, infelizmente, acabou pendendo para o lado dos fascistas. O governo eleito, de Hindenburg, deu todas as aberturas possíveis para o movimento nazista e, poucos meses depois, Hitler foi nomeado Chanceler da Alemanha, alcançando plenos poderes ditatoriais no biênio 1933–34.


Quando Hitler ascendeu ao poder pleno, Ernst Thälmann e os comunistas foram os principais alvos da perseguição. Thälmann foi rapidamente preso pela Gestapo, a polícia nazista, sendo violentamente torturado na prisão por longos 11 anos. Ele nunca entregou nenhuma informação.


Durante a Guerra Civil Espanhola, vários alemães antifascistas foram lutar ao lado das forças democráticas sob o nome de Batalhão Thälmann, denunciando internacionalmente a sua injusta prisão na Alemanha.


Em 1944, quando a Alemanha colapsava diante da chegada do Exército Vermelho no leste, Hitler ordenou pessoalmente a morte de Thälmann, temendo a sua libertação pelos soviéticos e uma possível condução ao poder no pós-guerra. No dia 18 de agosto, aos 58 anos, Thälmann foi executado no campo de extermínio nazista de Buchenwald.


Sua figura foi reabilitada na Alemanha no pós-guerra como representação da luta do povo alemão contra o fascismo. Na recém fundada República Democrática Alemã, Ernst Thälmann foi alvo de homenagens por todo o país, ganhando monumentos e tendo seu nome figurado em fábricas, escolas, avenidas, fazendas coletivas e organizações políticas. O movimento de Jovens Pioneiros levava o seu nome e sua foto era exibida em feriados. Uma ilha em Cuba foi nomeada como “Ernst Thälmann” em sua homenagem e entregue ao povo da Alemanha Oriental por Fidel Castro como sinal de amizade.


Que viva para sempre a memória do camarada Ernst Thälmann e sua trajetória revolucionária antifascista! Que seu martírio seja respeitado por todas as gerações presentes e futuras e que sua história seja uma inspiração para as batalhas que estão por vir.


Viva os 135 anos do camarada Thälmann!


Por Lucas Rubio










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