Mais três camponeses cruelmente assassinados pelo Estado latifundiário em Rondônia
No último dia 13 de agosto, na semana que marcou mais um aniversário da Revolta de Corumbiara, o velho Estado brasileiro a serviço do latifúndio cometeu mais um crime hediondo contra os camponeses da região.
Mantendo os métodos que se intensificaram nos últimos tempos, como o cerco e ameaças aos camponeses na região, aplicando o terrorismo de Estado contra a luta camponesa, com agressões e prisões arbitrárias.
Desta vez, policiais da Força Nacional de Segurança e da PM de Rondônia assassinaram covardemente três camponeses da área Ademar Ferreira, na área rural de Porto Velho; Amarildo Aparecido Rodrigues, de 49 anos, e seu filho Amaral José Stoco Rodrigues, 17 anos, foram assassinados enquanto trabalhavam roçando mato no lote que possuem, enquanto Kevin Fernando Holanda de Souza, 21 anos, foi assassinado enquanto fugia dos tiros desferidos de um helicóptero.
São mais três trabalhadores rurais cruelmente executados pelo braço armado do Estado para atender os interesses dos reacionários locais de frear a luta camponesa na região.
O jornal Resistência Camponesa denunciou que “como de costume, os policiais retiraram os corpos às pressas e adulteraram as cenas dos crimes hediondos. A princípio, a secretaria de segurança comandada pelo coronel José Hélio Cysneiros Pachá, o carniceiro de Santa Elina, manteve criminoso silêncio, logo negou fazer operação policial na região. Mas depois que começaram a circular nas redes sociais um vídeo com as poças de sangue dos camponeses, admitiram que os assassinaram. Primeiro, soltaram a versão de que a Força Nacional foi atender a uma denúncia de invasão de terra – mentira descarada, pois os camponeses tomaram a fazenda Santa Carmem em janeiro de 2021! Depois, o carniceiro mudou a versão, disse que a polícia estava realizando uma reintegração de posse – que ainda nem existe. Daqui a pouco vão contar outras estórias mais”.
E como era de se esperar, a imprensa mais uma vez mentiu para tentar justificar os assassinatos, noticiando que os “bandidos” camponeses trocaram tiros com os policiais e por isso foram abatidos.
A área Ademar Ferreira é vizinha às áreas Tiago dos Santos e 2 Amigos, onde atua a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), e em julho já havia registrado um ataque de pistoleiros e policiais, quando chegaram a efetuar ao menos 15 disparos de fuzis e escopetas calibre 12 em direção aos camponeses da área Ademar Ferreira.
As ações policiais contra as áreas camponesas rondonienses foram intensificadas desde que foi anunciada a tal “Operação Rondônia” utilizando forças federais e estaduais para reprimir a justa luta camponesa da região e incentivou ainda mais a ação das forças paramilitares constituídas por jagunços a mando dos latifundiários, que tentam se esconder com a fachada de empresa de “segurança privada”.