"Frustrar as Manobras para Dividir o Movimento Comunista Internacional"
O documento que compartilhamos a seguir com os leitores de nosso site apareceu pela primeira vez em 19 de abril de 1964, no periódico Rodong Sinmun, órgão do Partido do Trabalho da Coreia. Trata-se de um documento de caráter histórico, que expõe de maneira detalhada a posição do Partido do Trabalho da Coreia a respeito do fenômeno do revisionismo contemporâneo, que naquela época tinha na direção do Partido Comunista da União Soviética o seu principal representante. Neste documento, o Partido do Trabalho da Coreia defende os princípios básicos do Marxismo-Leninismo contra as deturpações feitas pelos revisionistas, que apregoavam, entre várias coisas, a capitulação do movimento revolucionário da classe operária nos países capitalistas, bem como a capitulação dos movimentos de libertação nacional que se desenvolviam na Ásia, África e América Latina. O artigo também polemiza com as "criticas" feitas pelos revisionistas contra o chamado "culto à personalidade" e com os ataques que estes fizeram ao Partido Comunista da China. A posição do Partido do Trabalho da Coreia fundamentava uma linha política correta, que defendia a necessidade de os Partidos Comunistas debaterem e resolverem suas divergências sob a base do Marxismo-Leninismo e do respeito mútuo, enfatizando necessidade da preservação do espírito independente e contra os desvios chauvinistas de grande potência, tão presentes nos chamados partidos "grandes". (Nota do Centro de Estudos da Ideia Juche)
Frustrar as Manobras para Dividir o Movimento Comunista Internacional
A situação geral de hoje está se colocando cada vez mais em favor dos povos que conduzem a revolução. A luta revolucionária anti-imperialista das amplas massas está em ascensão, e o bastião imperialista está, por conseguinte, sucumbindo.
O movimento comunista internacional, porém, se encontra diante de um grande obstáculo devido às atividades de certas pessoas que caíram para o caminho do revisionismo.
Foi criada uma grave situação por tais pessoas no campo socialista e no movimento comunista internacional. Por muitas semanas, certas pessoas têm levado a cabo campanhas por meio de Plenários partidários, discursos, e por meio da imprensa, atacando partidos fraternos que estão defendendo os princípios do Marxismo-Leninismo. Eles estão realizando reuniões de organizações partidárias locais pelo país, atacando partidos fraternos quase todos os dias, e estão vomitando vilanias e calúnias por meio de toda propaganda midiática disponível. Eles chegaram ao ponto de clamarem por uma “medida coletiva” para excluir um partido e país fraternos do campo socialista.
Esta é uma maquinação aberta para dividir o campo socialista.
Foram estas pessoas que primeiramente colocaram a nu suas diferenças e caluniaram partidos fraternos diante do inimigo. Ainda assim, sustentam que tais ações “são feitas pelos interesses do movimento comunista internacional”, enquanto acusam os outros, que defendem seus próprios pontos de vista, de “dogmatismo” e “atividades sectárias”.
Foram eles próprios quem iniciaram polêmicas abertas e seguiram atacando partidos fraternos mesmo após terem se colocado falsamente em favor de encerrar polêmicas abertas. Ainda assim, acusam aqueles que respondem a tais ataques de afrontosos, e ameaçam estes último com um “contra-ataque decisivo”.
Isso lembra a figura do piromaníaco que grita “fogo!”. Esta é uma ação para acobertar suas próprias atividades divisionistas e para colocar suas próprias responsabilidades sobre os outros. Atribuir aos outros a responsabilidade por atividades divisionistas, acobertar-se com uma fraseologia hipócrita sobre unidade e solidariedade, e seguir adiante com um trabalho divisionista – isso é, precisamente, o verdadeiro conteúdo da campanha que levam a cabo atualmente.
A unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional está hoje por um fio devido às atividades indiscretas destas pessoas.
Não é coincidência que os imperialistas têm se aproveitado e incitado o agravamento da situação. Os comunistas coreanos, que estão levando a cabo uma dura luta cara-a-cara contra os imperialistas estadunidenses, rejeitam resolutamente as manobras divisionistas.
Opomo-nos à divisão e desejamos unidade.
O campo socialista e o movimento comunista não apenas compartilham ideologia e objetivo comuns, têm também uma base sobre a qual podem assegurar a unidade de ação por meio de esforços coletivos. Os princípios revolucionários da Declaração das Reuniões de Representantes dos Partidos Comunistas e Operários são o guia para a ação para todos os partidos fraternos na luta contra o imperialismo e pela paz, democracia, independência nacional, e pela vitória do socialismo.
E a Declaração estabeleceu o padrão das relações mútuas entre partidos e países fraternos – igualdade completa, soberania, respeito mútuo, não-interferência nos assuntos internos, e cooperação de camaradas. Tais padrões são uma conclusão unânime tirada pelos Partidos fraternos após a sistematização das experiências históricas acumuladas no longo curso do desenvolvimento do movimento comunista internacional e do campo socialista.
Nosso Partido tem defendido consistentemente que para a manutenção da unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional, todos os Partidos Comunistas e Operários devem obedecer aos princípios revolucionários da Declaração, bem como o padrão de relações mútuas. Se certas pessoas não tivessem violado arbitrariamente o Marxismo-Leninismo e os princípios revolucionários da Declaração conjuntamente elaboradas, se não tivessem violado as normas das relações mútuas entre partidos e países fraternos, tais fenômenos complicados, como observados hoje, não teriam ocorrido no campo socialista e no movimento comunista internacional.
Pelo bem da unidade, nosso Partido tem sustentado desde o princípio que as diferenças entre partidos fraternos devem ser resolvidas como uma questão interna do movimento comunista internacional por meio da consulta entre camaradas.
Quando certas pessoas começaram polêmicas abertas, nós demandamos que parassem imediatamente, e nos opusemos às atividades divisionistas para isolar e excluir partidos fraternos.
Até então, fizemos esforços para resolver a questão internamente, suportando águas passadas, pelo bem da unidade do campo socialista.
Se certas pessoas tivessem tentado resolver as diferenças por meio da consulta entre camaradas com base na igualdade a partir de uma abordagem sincera, e corrigido seus erros sem agir de maneira hipócrita, a situação já estaria sob controle, e o campo socialista e o movimento comunista internacional teriam conquistado uma vitória ainda maior. Eles, porém, violaram aberta o Marxismo-Leninismo e os princípios revolucionários da Declaração, difundiram visões e propostas erradas, e seguem conduzindo atividades danosas.
Eles não deram ouvidos às opiniões justas de partidos fraternos, mas, ao contrário, tentaram impor suas visões erradas sobre os outros, atirar para todos os lados, e assim isolar e excluir os irmãos de classe que defendem o ponto de vista revolucionários e se recusam a segui-los. Agindo como se não se não tivessem se arrependido, ainda que alguns países tenham sido defenestrados do campo socialista, eles estão trabalhando de forma inescrupulosa para rasgar de forma unilateral os acordos com os países fraternos e para romper relações diplomáticas com eles, elevando suas diferenças ao nível das relações entre Estados.
Eles chegaram ao ponto de não fazer distinção entre os camaradas revolucionários e os inimigos de classe. Eles caíram a um nível intoleravelmente baixo, a ponto de embelezar o imperialismo, fazem concessões sem princípios a ele, se render aos seus desejos, e mostrar “amizade” e “boa vontade” para com ele, enquanto tratavam seus irmãos de classe e camaradas revolucionários como inimigos.
Todos os comunistas e operários do mundo estão indignados com o fato de o campo socialista e o movimento comunista internacional terem sofrido um sério dano devido a tais atividades. O campo socialista é o grande fruto de lutas sangrentas da classe operária internacional e das massas trabalhadoras oprimidas por um longo período. O campo socialista é a grande força revolucionária de nossa época, bastião invencível da paz mundial e garantia confiável da vitória de todas as pessoas progressistas. Nenhum partido ou país, individualmente, pode colocar este precioso fruto da vitória debaixo de sua asa.
Hoje em dia, quando o socialismo se tornou um sistema mundial, não apenas um país, mas todo o campo socialista se tornou a base da revolução mundial. Portanto, defender o campo socialista não significa defender qualquer país socialista ou alguns países socialistas isoladamente, mas defender o campo socialista como um todo.
O poderio do campo socialista tem aumentado por meio de sua unidade, do crescimento e do desenvolvimento de cada país socialista. Se todos os países socialistas, grandes e pequenos, fizerem esforços persistentes em sua posição revolucionária, podem contribuir, cada um segundo seu papel, para o fortalecimento do poderio de todo o campo socialista e para o desenvolvimento do movimento comunista internacional. Grande como possa ser, nenhum país pode assumir o lugar do campo socialista. Ademais, nenhum país pode evadir dos princípios Marxista-Leninistas e decidir por si só a respeito de questões relacionadas ao interesse comum somente por ser um grande país e por ter uma longa história de revolução.
Tal ação por parte de um grande país traria consequências ainda mais sérias para o campo socialista e para o movimento comunista internacional.
O campo socialista pode dispor completamente de seu poderio apenas quando todos os países socialistas unificarem suas forças e se encontrarem plenamente unidos como um todo, e apenas quando agir de uma só forma com base nos princípios Marxista-Leninistas. Por conseguinte, defender a unidade do campo socialista não significa seguir uma pessoa específica sem levar princípios em conta, mas sim aderir ao princípio revolucionário e fortalecer a aliança classista pelos interesses comuns.
A unidade somente pode ser fortalecida, no verdadeiro sentido da palavra, com base no Marxismo-Leninismo e no internacionalismo proletário. Defender o campo socialista e salvaguardar sua unidade significa defender a base da revolução mundial e salvaguardas a principal posição pela paz e pelo progresso das nações.
Portanto, prejudicar a unidade do campo socialista é trair os interesses da classe operária mundial, bem como os interesses do povo de cada país socialista individualmente. Aqueles que levaram à atual situação no seio do campo socialista e do movimento comunista internacional devem repensar e para imediatamente a violação aberta dos princípios revolucionários da Declaração, bem como suas ações de chauvinismo de grande potência que enfraquecem a solidariedade, avaliar o estado de coisas de forma sóbria e retornar para o caminho da verdadeira unidade, se tiverem a mínima preocupação pelos interesses do campo socialista e da classe operária internacional.
Porém, a campanha anti China conduzida por eles se elevou, recentemente, a um novo frenesi, e seu clamor frenético sobre a tal “medida coletiva” mostrou que eles têm mergulhado ainda mais fundo no divisionismo. O Partido Comunista da China e a República Popular da China estão defendendo os princípios Marxista-Leninistas, lutando resolutamente contra o imperialismo e apoiando ativamente a luta revolucionária dos povos do mundo.
É por isso que os imperialistas e as forças reacionárias, com ódio implacável, estão tentando prejudicar de forma fervorosa o prestígio da China e isolá-la. Todavia, algumas pessoas, dançando a mesma música, têm atacado e caluniado a China com a verborragia de “elemento belicoso”, “trotskista”, “divisionista”, etc. É extremamente perigoso que aqueles que se digam comunistas lancem ataques virulentos contra a China, tentando isolá-la e excluí-la, colaborando com os imperialistas.
Isso significa, na verdade, cindir o campo socialista para isolar a China, que corresponde a dois terços da população do campo socialista. Não há como falar em unidade do campo socialista enquanto se tenta isolar e colocar a China no ostracismo.
Isso se aplica não apenas aos países grandes, mas também aos países pequenos.
É intolerável colocar no ostracismo um país do campo socialista, não importa o quão pequeno ele seja.
Para os comunistas, são valorosos não só os sucessos da revolução em um país individual, mas os sucessos de todos os países socialistas.
Já está muito claro que, se as coisas se desenvolverem de tal forma, isolando e excluindo, ontem, um país do campo socialista, outro país hoje, e ainda outro país amanhã, isso levará, a longo prazo, ao afundamento do campo socialista e do movimento comunista internacional. Ademais, tentar isolar e excluir partidos irmãos, que estão defendendo princípios Marxista-Leninistas, enquanto forçam os outros a seguir suas atitudes erradas, significa debilitar e arruinar o campo socialista, base da revolução mundial, e dissolver o movimento comunista internacional.
Essa é uma questão fundamental que afeta o destino de todo o campo socialista e da revolução mundial. Aqueles que levam a cabo as maquinações divisionistas, impondo sua vontade sobre os outros, descrevem o congresso partidário de um país individual como o começo de uma “nova etapa” no movimento comunista internacional, e insistem que todos devem apoiar sua resolução e agir de acordo com ela.
Eles insistem que todos devem aceitar a resolução do Partido de um país individual, independentemente se ela contenha coisas certas ou erradas, e que só assim são fiéis ao internacionalismo. Os partidos fraternais devem aprender com suas respectivas boas experiências, e introduzir, de acordo com suas próprias condições, aquilo de bom que foi produzido pelos outros. Mas isso é, ademais, uma questão interna, que deve ser julgada e decidida de forma independente por cada Partido.
Não seria benéfico adotar dogmaticamente as ideias dos outros, mesmo se forem boas, caso não sejam cabíveis a determinadas condições específicas e, ademais, adotar ideias erradas de forma cega traz perdas não apenas para a causa revolucionária de um país, mas é danosa para todo o movimento comunista internacional.
Muitas lições recentes do movimento comunista internacional provam isto claramente.
Perdas não pequenas foram trazidas para a revolução em muitos países nos anos recentes porque algumas pessoas forçaram sobre eles ideias erradas, incluindo a absolutização da “transição pacífica” para o socialismo. Ainda assim, estas pessoas estão forçando outros partidos irmãos a aceitar a política e a resolução de um partido individual de forma obrigatória, enquanto se descrevem como opositores convictos do “dogmatismo” e defendendo a “igualdade” apenas em palavras. Ademais, têm se intrometido arrogantemente em assuntos internos de partidos e países fraternos, e cometem atos subversivos contra eles.
Tentando ainda impor sobre os outros suas resoluções partidárias, certas pessoas chegaram ao ponto de declarar, sem hesitação, que suas relações com partidos fraternos foram agravadas porque estes últimos se recusaram a aceitar as resoluções de seus congressos partidários. Está muito clara a atitude destas pessoas para com a independência dos partidos fraternos. Ademais, elas têm ainda alardeado a chamada “campanha contra o culto à personalidade” que tem trazido graves consequências para o movimento comunista internacional.
Carregando com elas o rótulo de oposição ao “culto à personalidade”, estas pessoas têm perseguido e atacado aqueles que permanecem fiéis aos princípios Marxista-Leninistas, interferido em assuntos internos de partidos e países fraternos, enquanto incitam elementos sectários antipartido destes países, que dividem partidos fraternos e subvertem a direção partidária dos países fraternos. Este é o ato mais vil da facção internacional. O rótulo de “culto à personalidade” se tornou um notório meio para atacar os povos que não os seguem. Longe de repetirem este ato pérfido, eles continuam atacando aqueles que seguem firme na posição revolucionária, rotulando-os como “dogmáticos" que permanecem fora do alcance do “vento fresco” e do “novo espírito” da luta contra o “culto à personalidade”. Usam este rótulo como ferramenta para derrubar a liderança dos Partidos irmãos.
Graças a esta agitação contra o “culto à personalidade”, muitos Partidos fraternos estão vivendo uma “febre” e o movimento revolucionário sofreu pesadas perdas. Tomando vantagem da situação, os imperialistas e os renegados instigados por eles provocam os golpes contrarrevolucionários, lançando uma campanha anticomunistas em escala internacional, usada como capital para atacar o socialismo e o comunismo.
Se tal clamor “anti-culto à personalidade” é um “ar fresco” e um “novo espírito”, qual é a diferença entre este e o “vento fresco da liberdade” que os imperialistas estão proclamando para perturbar e romper o campo socialista?
Na verdade, hoje os imperialistas estão esbanjando elogios a este “vento fresco”. Algumas pessoas, enquanto cometem tais atos sectários perversos e atividades subversivas, estão descaradamente tentando reverter os fatos e rebaixar outros, acusando-os de “atividade divisionista”.
Todos esses métodos e atos, inimagináveis para aqueles com consciência comunista, apenas revelam sua própria falência moral. Ao mesmo tempo eles se opõem aos Partidos e povos dos países irmãos que constroem uma economia nacional independente com suas próprias forças. Cada país socialista pode consolidar sua independência política apenas quando fortificarem sua própria independência econômica. E o desenvolvimento da economia nacional e aceleração da construção socialista por cada país socialista através da máxima mobilização de suas potencialidades são a garantia para uma mais efetiva cooperação entre os países do campo socialista e para o crescimento da força do campo socialista.
Mas essas pessoas estão absurdamente rotulando a construção de uma economia nacional independente nos países fraternos como “nacionalismo" e “isolacionismo”. Sua verdadeira intenção é censurar a construção de uma economia independente em outros lugares. Eles estão tentando controlar e dominar a construção econômica de outros países sob o manto de uma chamada “integração econômica”.
Isso é ignorar a soberania de outros países e mesmo uma manifestação de egoísmo nacional, que reduz a economia dos outros países em um apêndice, desconsiderando os interesses gerais do campo socialismo.
Todas as maquinações para enfraquecer o campo socialista e romper o movimento comunista internacional devem ser resolutamente rechaçadas. Aqueles que persistem nas manobras divisionistas estão se distanciando da posição internacionalista e dificultando a solidariedade internacional da classe operária e a solidariedade internacional da classe operária com as nações oprimidas. Os Partidos marxista-leninistas e a classe operária de todos os países são intimamente ligados uns aos outros pela solidariedade de classe, e a classe operária internacional e as nações oprimidas estão unidas em uma frente comum de luta contra o imperialismo.
Os comunistas devem respeitar e cooperar entre si como camaradas de classe, independentemente da cor, raça, região e do nível de desenvolvimento do país. Certas pessoas, no entanto, são tão arrogantes ao ponto de alegarem que os Partidos na Ásia não são capazes de atuar de maneira independe pois lhes “faltam experiência”, são “politicamente imaturos” e estão repletos de “elementos pouco sólidos”. Fazem essas alegações contra povos que aderem à linha revolucionária de princípios e que estão desenvolvendo lutas sangrentas contra o imperialismo.
Gabando-se de suas tradições revolucionárias e experiências, eles dizem que os Partidos na Ásia, África e América Latina não podem liderar a revolução corretamente porque sua classe operária é pequena numericamente e, mesmo se suas revoluções forem vitoriosas, eles iriam encontrar dificuldades em levá-la adiante. Esses são atos chauvinistas de grande potência, que desdenham e insultam os outros, danificando a solidariedade de classe.
Nós respeitamos as tradições revolucionárias e experiências dos Partidos irmãos. Mas o que é mais importante não é ostentar o próprio passar, mas sim lutar corretamente pela revolução no presente. Não é possível se justificar e gabar-se das próprias tradições revolucionárias enquanto se desvia da posição revolucionária no presente.
Os comunistas valorizam não apenas a luta revolucionária em uma área particular, mas as lutas revolucionárias em todas as partes do mundo; eles mostram apoio e encorajam essas lutas como uma luta comum.
Violando mesmo os princípios mais elementares de internacionalismo, algumas pessoas alegam que somente a luta revolucionária na Europa é importante e que a luta revolucionária em outras áreas é insignificante. Particularmente, eles não apenas não apoiam, mas também difamam de todos os modos a luta revolucionária dos povos da Ásia, África e América Latina. Essas pessoas lançam calúnias contra as lutas revolucionárias da Ásia, África e América Latina, descrevendo-as como um tipo de “aventureirismo pequeno-burguês”.
Atualmente, Ásia, África e América Latina estão sendo varridas pelas chamadas da luta anti-imperialista revolucionária. Esta luta revolucionária está derrubando os bastiões do imperialismo, facilitando a revolução mundial como um todo e fazendo crescendo enormemente como uma força que assegura a paz mundial. Somente aqueles que desistiram da posição revolucionária podem se afastar das lutas depreciar sua importância.
Em muitos países dessas regiões os camponeses despertados estão se juntando à revolução sob a liderança da classe operária e a revolução tem alcançado a vitória em numerosos países. O que há de errado nisso? Certas pessoas até mesmo demonizam os povos dessas regiões, alegando que para eles unir-se e opor-se ao imperialismo é como opor-se aos povos trabalhadores dos países capitalistas europeus.
Isso não pode deixar de ser interpretado como uma tentativa de propagar sentimentos nacionalistas e secar discórdia entre o povo trabalhador.
É surpreendente ouvir daqueles que posam como comunistas a mesma linguagem usada pelos imperialistas em sua tentativa de desunir a classe operária dos países capitalistas e os povos dos países coloniais e dependentes.
Tais ações nas fileiras do movimento comunista não podem ser toleradas e devem ser eliminadas.
A classe operária internacional e os povos dos países socialistas não podem jamais tolerar atos que minem o campo socialista, a grande revolução conquistada e que está sendo defendida a custo de seu sangue, nem podem tolerar os atos que minam o movimento comunista internacional.
Nesta conjuntura, quando a unidade do campo socialista e o movimento comunista internacional está sendo ameaçada graças a certas pessoas, os comunistas do mundo e a classe operária internacional têm diante de si a sagrada tarefa de tomarem ações vigorosas para defender a unidade e a vitória do movimento comunista internacional.
A situação atual torna necessário que todos os Partidos Comunistas considerem a matéria seriamente e tomem corretas posições que sejam do interesse do campo socialista, do movimento comunista internacional e pela paz, democracia, independência e pela causa socialista.
Hoje a luta contra as manobras divisionistas de algumas pessoas não é uma questão confinada a Partidos individuais, mas dizem respeito aos Partidos e aos comunistas de todos os países. A grave situação criada no campo socialista e no movimento comunista internacional deve ser resolvida pelos próprios comunistas.
A situação atual não pode ser resolvida por apenas alguns Partidos e poucas pessoas. Apenas através dos esforços conjuntos de todos os Partidos e comunistas do mundo poderemos evitar a divisão e preservar a unidade. É de suma importância que todos os comunistas tomem uma posição correta e justa nos interesses do movimento comunista e mantenham sua posição independente.
Nós consideramos que todos os comunistas do mundo, conscientes de sua grande responsabilidade pela elevada causa da classe operária, devem observar a situação com sabedoria, fazer a distinção entre o certo e o errado tendo como base os fatos, decidindo corretamente sua postura ponderando sobre a situação. Apenas agarrando firmemente a posição independente é possível entender corretamente a situação e atuar de maneira correta em prol da causa comum.
Os comunistas de cada país são todos responsáveis pela revolução em seus próprios países e também responsáveis pelo movimento comunista internacional. Nós defendemos que eles devem refletir profundamente, com a consciência de um comunista, sobre qual é a forma de servir a causa da classe operária, bem como se esforçar para pôr um fim na situação criada no campo socialista e no movimento comunista internacional sob a base dos princípios marxista-leninistas a partir de uma posição independente.
Atualmente certas pessoas, abusando da autoridade de seus Partidos, tentam forçar os outros a seguirem suas atividades divisionistas arregimentando seus apoiadores. Para forças outras pessoas a seguirem suas ideias errôneas e difamar os Partidos que não concordam com suas vontades, eles usam todo tipo de palavreado sobre maioria e minoria e demandam a aplicação da disciplina e do centralismo no movimento comunista internacional. Eles também falam sobre medidas para dar forma a certas organizações que podem materializar os seus esquemas. Este é um esquema que já havia sido rejeitado e esmagado no encontro de Partidos fraternos.
Não pode haver relações de superioridade e inferioridade nas fileiras do movimento comunista internacional, relações na qual uns lançam ordens e controlam outros a partir de um posto central, enquanto outros obedecem e executam suas ordens. Nenhuma vontade mecânica de uma maioria pode ser imposta aos outros.
Os princípios do centralismo são uma norma aplicável a vida interna dos Partidos individuais. Esse princípio não pode ser aplicado na relação entre Partidos fraternos. Tagarelar sobre os princípios do centralismo, em última instância, leva a divisão organizacional e faz com que a arrogância arbitrária prevaleça, enquanto posam como donos de uma posição central.
A solidariedade verdadeira demanda que todos os Partidos Comunistas e comunistas rejeitem tais atos de maneira decisiva e não permitam que ninguém coloque o movimento socialista e o movimento comunista internacional sob o seu controle arbitrário.
O campo socialista e o movimento comunista internacional não são brinquedos de indivíduos ou Partidos individuais. A fúria de certas pessoas só pode ser combatida ao aumentar o número de Partidos Comunistas e comunista que lutem contra isso.
Se todos os Partidos e todos os comunistas que desejam a unidade agrupem suas forças e decidam lutar, as manobras divisionistas irão resultar em um fiasco. Os comunistas não devem dar costas a sua posição de princípios sob nenhuma hipótese, mas devem sempre ter uma posição independente. Se alguém acredita que a unidade é algo que deve ser valorizado e a causa socialista é preciosa, este não pode desistir de sua independência devido a pressões exteriores, seguindo cegamente a outro Partido.
Atuar e falar da mesma forma que os outros, sem manter uma posição independente, não significa fortalecer a unidade do movimento comunista internacional. Ao contrário, isso provoca apenas mais perdas ao trabalho revolucionário do próprio povo e da classe operária internacional, além de enfraquecer a genuína unidade internacionalista do campo socialista e do movimento comunista internacional.
Comunistas são pessoas que lutam unicamente pela causa da revolução, resistindo todo tipo de perseguições. A honra dos comunistas e a confiança nas massas vêm do fato que eles lutam de maneira indomável pela verdade e por convicção revolucionária.
A pureza do Marxismo-Leninismo deve ser defendida pela unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional. A unidade deve estar baseada nos princípios do Marxismo-Leninismo e do internacionalismo proletário, nos princípios revolucionários da Declaração do Encontro de Representantes dos Partidos Comunistas e Operários.
As diferenças que emergiram no movimento comunista internacional agora se desenvolvem em diferenças de princípios que afetam o destino do campo socialista e do movimento comunista internacional. As diferenças envolvem não apenas questões de método de luta no movimento comunista internacional, mas também questões fundamentais referentes a revolução e questões gerais do socialismo, democracia, independência nacional e paz.
Os revisionistas estão continuamente buscando confundir e dividir as fileiras do movimento comunista internacional. Eles desgraçam o socialismo e prejudicam o prestígio do campo socialista em todos os lugares, tentando demolir a grande posição construída ao longo de anos pela classe operária do mundo todo as custas de seu suor e sangue.
Sem uma luta contra o revisionismo, a pureza do Marxismo-Leninismo não pode ser salvaguardada, nem pode a genuína unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional ser preservada. Ao mesmo tempo os chauvinistas de grande potência que impõem o revisionismo aos outros e se engajam na arbitrariedade devem ser rejeitados de modo categórico. O chauvinismo de grande potência é um veneno virulento que mina a unidade e solidariedade. A unidade voluntária pode ser realizada apenas quando o chauvinismo de grande potência for eliminado.
Visando defender a pureza do Marxismo-Leninismo e fortalecendo a verdadeira unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional, a crítica sincera deve ser extensivamente executada dentro das fileiras do movimento comunista. O criticismo deve ser conduzido tendo como base os fatos, sob uma base parcial e de igualdade, em uma atmosfera livre, a partir de uma posição calcada em princípios, de modo camarada. Tal pratica de reprimir, isolar e expelir a justa voz de alguns, enquanto tomar partido de maneira unilateral por outros, levando a cabo polêmicas e ataques de sem fundamento, não pode ser permitida.
Quando a crítica extensiva é conduzida, esta deve ser feita de modo a aclarar quem está certo e quem está errado, de modo que as fileiras do movimento comunista internacional serão preservadas. Somente dessa maneira é possível salvaguardar a unidade do campo socialista e a solidariedade do movimento comunista internacional sob a base do Marxismo-Leninismo, desenvolvendo o movimento comunista internacional em uma base sólida.
Nós consideramos que é necessário convocar um encontro de Partidos irmãos para resolvermos as diferenças dentro do movimento comunista internacional. No entanto, o encontro internacional de Partidos irmãos só pode obter sucesso quando for realizado sob a base de observar os princípios de soberania, igualdade mútua e consulta camarada e a partir de uma completa preparação.
Certas pessoas agora estão ameaçando colocar adiante “os meios que forem necessários” para rejeitar outros. Se o encontro internacional assumir tal caráter, este irá inevitavelmente se converter em uma ferramenta para a divisão. Se as pessoas que se desviaram do caminho da revolução e criam divisões dentro do campo socialista, continuam com suas maquinações contra o movimento internacional da classe operária, eles irão ter que assumir grandes responsabilidades pelas consequências que irão emergir de seus atos.
Os comunistas do mundo todo devem levantar bem alto a bandeira do Marxismo-Leninismo. Todos os Partidos marxista-leninistas e comunistas do mundo inteiro devem se unir. A classe operária dos países capitalistas e a classe operária das nações oprimidas devem se unir. Os Partidos marxista-leninistas devem firmemente salvaguardar a unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional. Eles devem unir-se firmemente com os povos revolucionários e levarem a cabo a revolução até o fim.
A causa do Marxismo-Leninismo e a causa revolucionária da classe operária é invencível. Não importa quão longe os revisionistas forem, os Partidos marxista-leninistas irão, sob todas as circunstâncias, superar todos os desafios, continuando vigorosamente a marchar adiante, levando a cabo a causa revolucionária até o final, levantando a bandeira do internacionalismo proletário. Não há força que poderá deter o avanço da revolução.
Os comunistas coreanos, sob todas as circunstâncias, sempre se opuseram ao revisionismo e obedeceram aos princípios do Marxismo-Leninismo e do internacionalismo proletário. Nosso Partido irá continuar mantendo-se firme e fiel aos princípios do Marxismo-Leninismo e do internacionalismo proletário e os princípios revolucionários da Declaração do Encontro de Representantes do Partidos Comunistas e Operários, lutando resolutamente contra o imperialismo e contra o revisionismo, pela defesa da unidade do campo socialista e do movimento comunista internacional.
Esmaguemos as manobras divisionistas e salvaguardemos a unidade!
Classe operária de todos os países, uni-vos!
Classe operária e nações oprimidas do mundo, uni-vos!
Rodong Sinmun
19 de abril de 1964