"Joe Biden, o novo chefe de Estado do imperialismo estadunidense"
A farsa eleitoral de 2020 acabou, resultando-se dela a eleição de Joe Biden como o próximo presidente e chefe de Estado do imperialismo norte-americano. Biden passou a vida inteira à serviço do imperialismo norte-americano, antes mesmo de se tornar o vice-presidente de Barack Obama, o presidente que mais bombardeou países e que deportou o dobro de pessoas que o ultrajante e ultrarreacionário Donald Trump, provando que o resultado da farsa eleitoral não é um avanço progressista, mas a continuação da mesma política.
A eleição terminou, como previsto, com o ex-chefe do Estado imperialista esperneando, gritando “fraude” e apresentando a afirmação de uma “eleição roubada” – assim como Clinton o fez quando concorreu contra ele, também como Al Gore o fez em sua campanha contra George W. Bush. Isso não é nada novo nem exclusivo de Trump e dos republicanos.
A classe norte-americana imperialista dominante declarou esta como a eleição mais importante de todas. Eles se vangloriaram de que participaram mais eleitores do que nunca – tudo isso nos mostra o desespero para legitimar algo ilegítimo. A diferença final entre Biden e Trump é tão tênue quanto as margens que separavam as contagens de votos em alguns “Estados decisivos” ao longo de um período de três dias. Ambos são imperialistas, assim como são símbolos da crescente reacionarização da democracia burguesa, uma farsa que, a cada ciclo eleitoral, possui uma administração mais atrasada que a anterior.
E o que os revisionistas estão fazendo? Eles têm disputado atrás dos ultrarreacionários Joe Biden e sua vice-presidente e “primeira policial” Kamala Harris, prometendo “salvar a democracia dos EUA” a partir de sua própria imaginação. A democracia dos Estados Unidos é reacionária, está falida e nenhum canto revisionista pode ressuscitá-la. Quase sem exceção, as organizações revisionistas levantaram o espectro do “fascismo de Trump” como um estratagema de Ave Maria para salvar a campanha de Biden, e muito da bem intencionada “esquerda” caiu nessa. Ao fazer isso, esses falsos “socialistas” estão ajudando o imperialismo a livrar a sua cara com a democracia burguesa, algo que os socialistas genuínos não têm interesse em fazer. Seus comícios pós-eleitorais e pré-anúncio provaram não ter quase nenhum comparecimento até entre seus membros comprometidos, que se tornaram cada vez menores. A justa recompensa do revisionismo são seus próprios resultados patéticos nas urnas e o fato de que eles têm de, de tempo em tempo, auxiliar o imperialismo. É uma vergonha ser um revisionista.
O Tribune of the People afirmou que os revolucionários não votam, uma afirmação correta, especialmente na época em que o imperialismo está completamente podre e não pode progredir – em que ele é, ao mesmo tempo, um atormentador do mundo e algo incansavelmente atormentado por aqueles que o resistem. Ainda assim, ele continua se arrastando e há os cretinos vergonhosos que se atrevem a citar o grande Lênin como desculpa para votar devido à sua posição de 1920 de que os partidos comunistas deveriam considerar usar as eleições a seu favor na forma de participação parlamentar ou boicote, dependendo das condições. Algo que Lenin nunca disse, algo a que ele, na verdade, se opôs a vida toda, é que os comunistas apoiassem taticamente seus próprios imperialistas. Biden oferece um exemplo excelente da correção da posição de Lenin contra os vigaristas e os falsos socialistas da II Internacional, que, como seus colegas de hoje, apoiaram sua própria classe dominante imperialista no que é conhecido como Chauvinismo Nacional.
No topo da pilha de lixo revisionista estão os Social-Democratas da América, que consideram a vitória de Biden a sua própria e de alguma forma distorcem esta horrenda realidade como um passo à frente! Eles passaram a maior parte de 2020 apoiando Bernie Sanders, que, como de costume, foi afastado apenas para sair em apoio a um reacionário ainda mais conservador do que ele – Biden. A campanha de Sanders foi apenas o aperitivo para endossar Biden. A organização dos Social Democratas da América apela aos jovens que carecem de liderança revolucionária, eles são os cachorrinhos dos democratas; e não se enganem, são os democratas que seguram a coleira.
Durante grande parte da campanha, esses oportunistas e vigaristas cavalgaram nas costas do movimento pela vida dos negros, um movimento justo, rebelde e objetivamente bom. Não é por acaso que o movimento pelas vidas negras diminuiu conforme a eleição se aproximava – os cretinos eleitoreiros, fiéis à forma, ajudaram a matá-lo ao encurralá-lo em canais legais, ou seja, ao colocarem-no no caminho da capitulação sem saída à classe dominante. Não há revolucionários dentro da organização dos Social-Democratas da América, assim como apenas reacionários estão presentes no Partido Democrata.
Os revolucionários, e em especial os comunistas, participaram e lideraram um boicote eleitoral histórico, avançando a campanha iniciada em 2016. Boicotes eleitorais liderados pelos comunistas não são novidade nos Estados Unidos – em 1919, o recém-nascido Partido Comunista também boicotou as eleições. O boicote deste ano ultrapassou os dos anos anteriores, de costa a costa a mensagem foi ampliada – Eleições Não! Revolução Sim! A campanha foi realizada com precisão, de tal forma que mesmo a classe dominante, obcecada em legitimar sua fraude, foi obrigada a noticia-la em seus maiores monopólios de notícias. De qualquer forma, os horrores que Biden está prestes a desencadear sobre o mundo não podem ser atribuídos aos revolucionários que o combateram desde o início.
Um novo chefe de Estado imperialista conduzirá o mesmo velho imperialismo vil e terrível do assento de motorista da única superpotência hegemônica do mundo. Ele simboliza a guerra, o saque de nações, o racismo sistêmico, uma drástica desigualdade econômica, um sistema de saúde e educação em ruínas e, claro, a grande crise econômica da Nova Depressão – tudo provocado e preservado por sua classe. A polícia que atira em negros nas ruas da América agora pertence a Biden e o exército que tropeça de túmulo a túmulo são agora seus “meninos”.
Para os muitos que votaram em Biden, morrendo de medo do imaginário "fascismo" de Donald Trump, eles estão certos em se sentir enganados, e muitos deles não serão enganados novamente. Eles teriam que se alinhar com aqueles que os levaram a esta posição lamentável e, claro, isso tem o efeito de atraí-los para a política revolucionária. Eles irão aprender os ensinamentos de Marx, Engels, Lenin, Stalin, Mao e Gonzalo e chegarão à conclusão de que o único caminho a seguir é a revolução e que não podem dar um passo atrás. Eles irão emprestar suas vozes ao grito de guerra – reconstituam o Partido Comunista!
O grande cineasta soviético Dziga Vertov disse certa vez que os homens esquecerão os nomes de todas as nações, mas nunca esquecerão o nome “Lenin”. Vamos aprender isso e lutar pelo dia que o nome América, junto com os nomes Biden e Trump, serão esquecidos, quando a sucata finalmente será varrida para sempre e todos se lembrarão do nome Lenin.
Do Tribune of The People
Tradução de Morgana Pinto
Nota dos editores: nem todas as posições expressas neste texto ou pelo autor condizem necessariamente e/ou integralmente com a linha política de nosso site ou da União Reconstrução Comunista.