"Façamos o regime Duterte sangrar, realizemos mais ofensivas táticas!"
O Partido Comunista das Filipinas (PCF) vem comandando o Novo Exército Popular (NEP) em uma série de ofensivas táticas de sucesso por todo o país nos últimos dois meses. Várias unidades do Novo Exército Popular têm levado a cabo uma série de emboscadas, hostilidades, operações de demolição e outras ofensivas táticas contra as tropas armadas fascistas do regime, paramilitares e outros grupos armados, assim como sanções contra operações prejudiciais ao meio ambiente feitas por grandes mineradoras, madeireiras e pelo latifúndio. Uma série de ataques foram feitos nas regiões de Mindanao, Visayas Oriental, Negros, Panay, Bicol, Taglog do Sul e Vale do Cagayan.
O Partido saúda os soldados e comandantes vermelhos do Novo Exército Popular e paga o devido tributo a aqueles que morreram em combate. Eles serão para sempre lembrados e exaltados como heróis do povo e verdadeiros mártires.
As grandes massas do povo filipino aplaudem as ofensivas do Novo Exército Popular, ofensivas estas que ressaltam a determinação do povo em resistir e o encorajam a lutar contra o tirânico reino de corrupção, traição nacional e terrorismo de Estado guiado por Rodrigo Duterte.
A emboscada feita pelo Novo Exército Popular dia 4 de outubro no município de Lianga foi particularmente notável. Foi um golpe certeiro contra o terceiro batalhão de infantaria do grupo paramilitar Magahat-Bagani, que foi saudado pelas massas da minoria étnica Lumad. O grupo paramilitar em questão é o responsável pelo massacre ocorrido em Lianga em 2015 e é ainda usado pelo exército e pelas companhias de mineração para intimidar e oprimir a população local. Também notável foi a emboscada do dia 2 de setembro no município de Kalamansing, levada a cabo pelo Novo Exército Popular contra o trigésimo sétimo batalhão de infantaria das Forças Armadas das Filipinas (AFP), que eliminou um pelotão de tropas designado para salvaguardar o projeto de construção de estradas que facilitaria a logística de operações madeireiras da empresa D. M. Consunji Incorporated, uma das principais concessionárias de obras de infraestrutura que operam na região.
Baseado na síntese inicial feita com base em informações tanto disponíveis para o público quanto tiradas de relatórios internos, fica evidente que durantes os primeiros três quartos do ano, unidades do Novo Exército Popular conseguiram fazer pelo menos 36 ofensivas desde o começo de agosto ou quase uma ofensiva tática a cada dois dias. Houve, neste período, forte presença da guerrilha nas províncias de Albay, Negros Occidental, Surigao del Sur, Oriental Mindoro, Misami Oriental, Capiz, Agusan del Sur, Sultan Kudarat, Lloilo, Samar do Norte, Occidental Mindoro, Surigao del Norte, Samar Oriental, Samar, Sarangani, Negros Oriental e Cagayan. Pelo menos 289 tropas fascistas foram mortas em combates e confrontos com o Novo Exército Popular, enquanto este perdeu apenas 146 soldados no mesmo período, em uma proporção de um soldado vermelho morto a cada dois fascistas.
O Novo Exército Popular vem tendo resultados majoritariamente positivos desde julho, o que está suscetível a mudanças mediante a confecção de novos relatórios internos. Há ainda uma clara redução no número de confrontos defensivos e batalhas iniciados pelas Forças Armadas das Filipinas. De quase 60 confrontos defensivos iniciados pelas mesmas no último mês de abril, quando estas fizeram uma grande ofensiva nacional para tirar proveito do cessar-fogo promovido pelo Novo Exército Popular, que respondia na ocasião a um chamado da ONU para um cessar-fogo global, o número caiu para menos de 10 por mês. É necessário que o Novo Exército Popular consiga reduzir este número até que ele chegue a zero.
O reduzido número de confrontos defensivos mostra como as unidades guerrilheiras do Novo Exército Popular conseguiram se adaptar às operações militares das Forças Armadas das Filipinas, que almejavam não apenas cercar, como fortalecer o máximo que fossem capazes os cercos contra áreas controladas pelo Novo Exército Popular. As unidades da guerrilha, por sua vez, têm treinado seriamente e aprimorado táticas de dispersão, deslocamento e concentração no intuito de evitar ao máximo entrar em contato com as principais forças do inimigo, se aproveitar de eventuais longos intervalos entre as operações inimigas e atacar em seus flancos mais fracos e vulneráveis sempre que surgirem oportunidades. Apesar de algumas unidades terem sofrido com perdas, a maioria esmagadora das unidades do Novo Exército Popular, apoiadas pelas massas, efetivamente adotaram políticas e táticas apropriadas para desnortear as forças inimigas e negar sua superioridade militar.
Estimativas moderadas especulam que as Forças Armadas Filipinas gastem cerca de 100 milhões de pesos filipinos para algumas poucas semanas de operação militar, que mobilizariam pelo menos 1000 tropas terrestres para patrulhar pequenas áreas que se estenderiam por não mais do que algumas poucas vilas em regiões costeiras, e, para tal, contariam com o auxílio de drones, helicópteros e caças que seriam usados tanto em bombardeios quanto para seu projeto de guerra psicológica. Estas operações, feitas em larga escala, com o tempo provaram ser nada mais que um enorme desperdício de dinheiro. A corrupção segue desenfreada, uma vez que grande fundos são desviados e embolsados por oficiais do Exército das mais diversas e abjetas maneiras.
O regime fascista vem recorrendo a uma guerra deliberada na tentativa de parar os avanços do Novo Exército Popular, guerra esta na qual civis são considerados adversários e constantemente ameaçados, como se fizessem parte do conflito armado. Comunidades inteiras são submetidas aos mais desumanos abusos, assim como a assassinatos extrajudiciais, intimidações constantes e hostilizações para que sejam forçadas e “se render” ao Exército. As Forças Armadas das Filipinas têm levado sua guerra suja também às cidades e almejam desta forma conter os empenhos organizativos dos trabalhadores, desempregados, estudantes, professores e de outros setores democráticos da sociedade.
A guerra suja de Duterte é, entretanto, uma guerra de autodefesa. Quanto mais eles recorrem ao terrorismo de Estado, mais o povo se sente compelido a se juntar à luta armada, assim como estes ataques tornam o interior de nosso país um lugar ainda mais fértil para o recrutamento feito pelo Novo Exército Popular. As massas de camponeses nos apoiam e se juntam ao Exército Popular para que sejam capazes de enfim se defender e de defender suas comunidades, avançar na luta pela terra e nas reformas agrárias e construir os órgãos democráticos de governo popular.
A crescente força do Novo Exército Popular explicita o quão falha têm sido a contrarrevolução planejada por Washington, que conta especialmente com a superioridade militar e com a repressão da resistência popular como elementos a seu favor, por eles considerados como determinantes para a vitória.
O número crescente de ofensivas do Novo Exército Popular nos últimos meses mostra como a meta declarada por Duterte de “acabar com o conflito armado com os comunistas” está fadada ao fracasso, assim como desmente claramente os recorrentes pronunciamentos das Forças Armadas das Filipinas a respeito de um suposto enfraquecimento do Novo Exército Popular, de supostos rendimentos de membros do Novo Exército Popular e de que o Novo Exército Popular teria perdido o apoio do povo. A meta de Duterte de acabar com o Novo Exército Popular até o fim de seu mandato não se cumprirá e será mais uma vez adiada.
O número cada vez maior de ofensivas táticas montadas pelo Novo Exército Popular é uma prova irrefutável de que o exército do povo continua a se fortalecer e goza de amplo apoio entre as massas camponesas. Sendo um exército de guerrilha, com armamentos inferiores e recursos bastante limitados, não seria possível que o Novo Exército Popular tivesse montado estas ofensivas sem o apoio das massas, que o apoiam justamente por este servir a seus interesses e agir em sua defesa.
O Partido roga a todas as unidades do Novo Exército Popular que estas travem a luta armada revolucionária em todas as partes do país como uma maneira de responder ao fascismo descarado, a corrupção massiva, a péssima administração do dinheiro público e a traição nacional do tirânico regime de Duterte. O Novo Exército Popular deve responder ao chamado do povo filipino por justiça. A liderança do Partido vem orientando todos os comandos do Novo Exército Popular a montarem ofensivas tática com mais frequência, a mobilizarem constantemente suas unidades militares e a usarem todos os tipos possíveis de armas – desde rifles e explosivos, até lanças e estacas punji (um tipo de armadilha antipessoal de origem asiática) – contra seu inimigo. O Novo Exército Popular deve fazer com que o tirano sangre e deve punir os fascistas por todos seus crimes.
Todas as unidades do Novo Exército Popular devem executar emboscadas, ataques hostis, demolições, ataques surpresas, operações com franco-atiradores e outras ofensivas táticas contra as mais notórias unidades das Forças Armadas Filipinas, contra as unidades antiguerrilha, da Polícia Nacional Filipina (PNP), e contra seus grupos paramilitares. As unidades devem ainda evitar atacar alvos demasiadamente fortes, focando nas unidades mais vulneráveis e isoladas do inimigo. E devem, sempre, evitar ao máximo situações que coloquem civis em risco de serem alvejados no fogo cruzado. O Novo Exército Popular deve também mandar, por curtos períodos, grupos de soldados vermelhos às cidades e centros urbanos para atacar os sistemas militares de transporte e comunicação, assim como montar os tribunais populares, onde oficiais fascistas, os que roubam do povo, déspotas capitalistas e latifundiários devem ser presos ou punidos por seus crimes contra o povo.
O Novo Exército Popular precisa também intensificar a resistência armada contra a expansão de operações antipovo de todos os tipos que roubam as terras e desalojam as massas campesinas e as comunidades tradicionais.
Particularmente, o movimento revolucionário deve fazer muitos esforços para conseguir frustrar os planos do regime Duterte de permitir uma expansão ainda mais selvagem das companhias chinesas, especialmente daquelas envolvidas na construção de sete bases militares chinesas e no roubo e destruição dos recursos naturais marinhos filipinos que se encontram na costa ocidental das Filipina, numa clara violação de nossa soberania nacional. Algumas destas mesmas companhias chinesas estão envolvidas em projetos de infraestrutura para a construção de barragens e estradas para o transporte de minério cujo financiamento é bastante vultoso, e que invadem cada vez mais selvagemente as terras ancestrais das minorias nacionais e as nossas florestas em diversas partes do país. Estes projetos não apenas desalojam milhares de camponeses e minorias de suas terras, como ainda causam grande prejuízo à biodiversidade local das florestas que ainda existem em nosso país.
Portanto, montando ofensivas táticas contra os agentes armados do Estado, o Novo Exército Popular está ajudando o povo filipino a avançar em sua resistência contra o regime tirânico de Duterte e a causar a sua eventual queda. Apesar do Novo Exército Popular ainda não ter toda a força necessária para esmagar completamente o sistema vigente, ele tem tido grandes êxitos no enfraquecimento das forças armadas reacionárias e em tirar a atenção das mesmas da repressão ao movimento democrático das massas. Quanto mais ofensivas táticas forem feitas pelo Novo Exército Popular, grandes e pequenas, mais difícil será para Duterte e sua família se perpetuarem indefinidamente no poder e mais forte, maiores e melhores se tornarão as forças democráticas.
Enquanto o Novo Exército Popular trava a luta armada no interior, as vastas massas populares são encorajadas e continuar intensificando o movimento democrático nas cidades. O partido clama ao povo que se una a ele e avance na luta por aumentos salariais, segurança adequada para os trabalhadores, subsídios econômicos, educacionais e de saúde e outras reformas socioeconômicas urgentes para que se possa lidar da melhor maneira possível com a aguda crise econômica e com o despreparo e a negligência do regime Duterte em tratar da pandemia. As massas devem se opor a todo novo imposto que recaia sobre o povo, à toda isenção de impostos para os grandes capitalistas, à toda diminuição do orçamento público de educação, saúde e de outros serviços sociais, ao aumento do orçamento para a contrarrevolução e aos projetos de infraestrutura antipovo e financiados pela dívida externa.
Ao mesmo tempo, encorajando o movimento democrático das massas nas cidades, o partido chama a todos os trabalhadores, as massas desempregadas, as enfermeiras, os profissionais de saúde, os estudantes e outros setores democráticos a se juntarem ao Novo Exército Popular no interior e a ajudar a travar a guerra popular pelo país. Ao avançar na guerra popular, o povo filipino ganha forças não apenas para por um fim ao tirânico reino de Duterte, mas para avançar na causa geral da emancipação nacional e social.
Marco L. Valbuena, oficial de comunicação do Partido Comunista das Filipinas