Kilnam Roh e a luta dos coreanos pela reunificação da Pátria
No último dia 25 de abril, faleceu em Los Angeles, Estados Unidos, o jornalista sul-coreano Kilnam Roh, vítima do coronavírus. Kilnam Roh nasceu em 3 de abril de 1954, na cidade de Gangneung, província de Gangwon, na Coreia do Sul; foi uma figura destacada do movimento de luta pela reunificação pacífica da península coreana no exterior. Ainda jovem, Kilnam Roh participou das lutas do movimento estudantil sul-coreano, que lutava contra a ditadura militar pró-imperialista, razão pela qual teve que buscar exílio.
A causa da reunificação pela qual lutou o companheiro Kilnam Roh Já se tornou parte do nosso senso comum semântico falar em "Coreia do sul" e "Coreia do norte" como se tratassem de dois países diferentes, sem imaginarmos que, a despeito da existência de dois sistemas e duas ideologias no norte e no sul da Coreia, não há uma "nação norte-coreana" ou uma "nação sul-coreana", sendo a Coreia a mesma nação e o mesmo país, ainda que, até os tempos atuais, seu território esteja dividido em dois, por conta da ação criminosa do imperialismo norte-americano e do regime fantoche instalado por aquele no sul da península desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Após mais de quatro décadas de luta anti-imperialista que resultaram na expulsão do imperialismo japonês no ano de 1945 e na realização, no norte da Coreia, de uma série de medidas democráticas que culminariam no socialismo, os Estados Unidos, baseado na então "Doutrina Truman" do "roll back" anticomunista, instalaram no sul da Coreia uma ditadura militar encabeçada por Ri Sin Man, político fantoche de confiança dos Estados Unidos. Ao contrário de acordos internacionais anteriores à Segunda Guerra Mundial, que determinavam a retirada de todas as tropas estrangeiras da Península Coreana e a realização de eleições conjuntas norte-sul para um governo unificado democrático, nacionalista e antifascista, sem a interferência de forças estrangeiras, os Estados Unidos mantiveram arbitrariamente suas tropas e bases militares na Coreia do sul e promoveram "eleições" separadas, ações estas que perpetuam até os tempos atuais a divisão nacional.
Neste período, a divisão da Coreia entre norte e sul serviu aos propósitos do imperialismo norte-americano. Iniciando uma guerra em junho de 1950, que foi concluída em 1953 com um Tratado de Armistício, os Estados Unidos lograram tirar sua economia capitalista da grave crise na qual se encontrava com o fim da Segunda Guerra Mundial. O Armistício, mesmo que também previsse a reunificação nacional por meio da retirada de tropas estrangeiras e a realização de eleições nacionais, foi também desrespeitado pelos Estados Unidos, impedindo a Coreia de se reunificar até os tempos atuais. Milhões de famílias permanecem separadas há gerações inteiras e, temendo perder os fabulosos lucros de seus conglomerados bélicos e industriais, os Estados Unidos, em conjunto com o governo sul-coreano, promovem frequentemente tensões na península coreana que colocaram a segurança regional e mundial por um fio.
A proposta dos Estados Unidos e do governo reacionário sul-coreano para a "reunificação" da Coreia é a proposta militarista de "reunificar" o país pela anexação do Norte pelo Sul, integrando a Coreia do Norte no sistema capitalista mundial e entregando suas grandes indústrias, terras e recursos naturais para os capitalistas norte-americanos e sul-coreanos. Não há como se pensar numa reunificação nacional por vias pacíficas em tais condições.
O único verdadeiro caminho para a reunificação pacífica da Coreia é aquele proposto pelo Norte, caminho este defendido pelo companheiro e amigo Kilnam Roh durante sua vida.
Tal proposta pressupõe uma verdadeira reconciliação nacional, fundando na península coreana inteira uma República Democrática Confederativa, na qual o sul e o norte manteriam ambos os sistemas e ideologias, respeitando-se mutuamente. A consiga de "um país, dois sistemas", apoiada pelo Norte, pressupõe necessariamente a retirada das bases militares dos Estados Unidos e o fim da interferência norte-americana em assuntos internos da Coreia. Por essa razão, a verdadeira proposta de reunificação pacífica recebe uma oposição violenta por parte dos imperialistas ianques.
Pessoas como Kilnam Roh, patriotas que defendem a reunificação e reconciliação nacionais e a fundação de um Estado democrático progressista na Coreia, são frequentemente presas e perseguidas sob acusações absurdas de "terrorismo", "comunismo", com base na famigerada Lei de Segurança Nacional e demais leis anticomunistas.
Ainda que Kilnam Roh tenha falecido, muitos outros patriotas seguirão seu legado para tornar realidade a causa da reunificação da Coreia, enquanto país próspero e democrático.