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Lenin: "Do Acampamento do Partido 'Operário' de Stolypin"


(Dedicado aos nossos “conciliadores” e defensores do “acordo”)

A carta do camarada K.[1] (Koba) merece uma profunda atenção de todos aqueles que prezam pelo nosso Partido. Uma melhor exposição da política de Golos (e da diplomacia de Golos), uma melhor refutação dos pontos de vistas e esperanças de nossos “conciliadores” e defensores do “acordo” é difícil de imaginar.

É o caso citado pelo camarada K. uma exceção? Não, isto é típico dos defensores de um Partido “Operário” de Stolypin, pois sabemos muito bem que um número de escritores no Nasha Zarya, Dyelo Zhizni, etc., já pregaram sistematicamente estas ideias tremendamente liquidacionistas por anos. Estes liquidadores não costumam se reunir com os trabalhadores membros do Partido; o Partido muito raramente recebe uma tão exata informação das declarações vergonhosas deles como aquela da qual nós devemos agradecer ao Camarada K.; mas, sempre e em todo o lugar, a pregação do grupo de legalistas independentes é conduzida precisamente neste espírito. É impossível duvidar disso quando existem periódicos do tipo Nasha Zarya e Dyelo Zhizni. É vantajoso para um dos mais covardes e desprezíveis defensores dos liquidacionistas ficar em silêncio sobre isso.

Compare este fato com os métodos empregados por gente como Trotsky, que vocifera sobre “acordo” e sobre a hostilidade dele para com os liquidacionistas. Nós conhecemos estes métodos somente muito bem; estas pessoas gritam até o ponto máximo de suas vozes que eles são “nem bolcheviques, nem mencheviques, mas social-democratas revolucionários”; eles zelosamente prometeram e juraram que eles são adversários do liquidacionismo e defensores fervorosos do P.O.S.D.R. ilegal; eles de maneira vociferante abusam daqueles que expõe os liquidacionistas, os Potresovs; eles dizem, que os anti-liquidacionistas estão “exagerando” a questão; mas não dizem uma palavra contra os definitivos liquidacionistas, os Potresov, Martov, Levitsky, Dan, Larin e assim por diante.

O verdadeiro propósito de tais métodos é óbvio. Eles usam uma fraseologia para proteger os verdadeiros liquidacionistas e fazer de tudo para prejudicar o trabalho dos anti-liquidacionistas. Isso foi exatamente a política desenvolvida pelo Rabocheye Dyelo[2], tão notória na história do P.O.S.D.R. por seu caráter sem princípio; eles prometem e juram, “nós não somos economicistas, de modo algum, nós somos todos a favor da luta política”; mas na realidade estes providenciaram uma barreira para o Rabochaya Mysl[3] e aos economicistas, direcionando toda sua luta contra aqueles que expuseram e refutaram os economicistas.

Por isso é claro que Trotsky e os “trotskistas e conciliadores” como ele são mais perniciosos que um liquidacionista; os liquidacionistas convencidos afirmam sem rodeios seus pontos de vista, e é fácil para os operários detectar onde estão seus erros, enquanto que os trotskistas enganam estes últimos, encobrem o mal e tornam impossível expô-lo e remediá-lo. Quem apoia o grupo insignificante de Trotsky apoia uma política de mentiras que engana os trabalhadores, uma política de blindagem dos liquidacionistas. A plena liberdade de ação de Potresov e cia. na Rússia e a proteção de seus atos pela fraseologia “revolucionária” no exterior – então você tem a essência da política do “trotskismo”.

Agora é claro, além disso, que qualquer “acordo” com o grupo Golos que evita a questão do centro dos liquidacionistas na Rússia, isto é, as luzes principais do Nasha Zarya e Dyelo Zhizni, não seria nada mais do que uma continuação desta decepção dos operários, deste acobertamento do mal. Desde a reunião plenária de janeiro de 1910, os apoiadores de Golos tem deixado isto tremendamente claro que eles são capazes de “assinar” qualquer resolução, não permitindo qualquer uma destas “prejudicar a liberdade” de suas atividades liquidacionistas nem um pouco. No exterior eles assinam resoluções dizendo que qualquer desprezo da importância do Partido ilegal é evidência de influência burguesa entre o proletariado, enquanto que na Rússia eles ajudam Potresovs, Larins e Levitskys, que, longe de tomar parte no trabalho ilegal, zombam disto e tentam destruir o Partido ilegal.

No presente, Trotsky, em conjunto com os Bundistas como o Sr. Lieber (um extremo liquidacionista, que publicamente defendeu o Sr. Potresov em suas conferências e que agora, a fim de encobrir o fato, está suscitando disputas e conflitos), junto tanto a Letts como Schwartz[4] e assim por diante, está inventando um tal “acordo” com o grupo Golos. Não deixem ninguém ser enganado sobre este ponto: o seu acordo será um acordo para proteger os liquidacionistas.

Obs.: Estas linhas já estavam estabelecidas quando os relatos apareceram na imprensa de um “acordo” entre o grupo Golos e Trotsky, o bundista e o liquidacionista Lett. Nossas palavras foram plenamente confirmadas: trata-se de um acordo para proteger os liquidacionistas na Rússia, um acordo entre os servos dos Potresovs.

Notas

[1] Nesta carta, publicada no “Sotsial-Democrat”, nº 23, 1 de setembro (14) de 1911, fora relatado que um proeminente liquidacionista de São Petersburgo, que ao dirigir-se a uma reunião de membros operários do Partido no Distrito de Vyborg, propôs que, em vez de reviver a organização do Partido, era preciso que criassem “grupos organizadores” para o trabalho educacional legal. Esta proposta foi recebida com uma rejeição unânime, ninguém votando a seu favor.

[2] Rabocheye Dyelo (Causa Operária) – é uma revista dos economicistas, órgão da União dos Social-democratas Russos no Exterior. Foi publicada em intervalos irregulares em Genebra de 1899 a 1902. Lenin criticou as visões expressas no grupo do Rabocheye Dyelo em uma série de artigos publicados no Iskra e em seu livro “Que Fazer?”.

[3] Rabochaya Mysl (Pensamento Operário) – era um jornal economicista publicado de 1897 a 1902. As críticas de Lenin das visões do Rabochaya Mysl como uma variante russa do oportunismo internacional apareceram em artigo publicados no Iskra e em seu livro “Que Fazer?”.

[4] Schwartz (U. Elias) – Social-democrata letão, liquidacionista.

por Vladimir I. Lenin

Sotsial-Demokrat, nº 23, 14 de setembro de 1911

Traduzido por Igor Dias

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