"ILPS condena EUA, Reino Unido e França por ataque de mísseis contra a Síria"
A Liga Internacional da Luta dos Povos (ILPS) condena nos termos mais fortes o ataque de mísseis lançado pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra a Síria baseado na falsa alegação de que o presidente Assad ordenou o uso de armas químicas contra civis em Douma, em Ghouta oriental perto de Damasco. Estes três poderes provaram-se ao mundo como agressores do tipo mais perverso, violando a Carta da ONU e as normas universalmente aceitas nas relações entre as nações. Segundo a lei internacional, o uso da força militar por um Estado só pode ser justificado como um ato de autodefesa após um ataque armado de outro Estado, ou com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). Nada disso é verdade no que diz respeito ao ataque de mísseis perpetrado por esses três estados terroristas. Tal ato ilícito desses estados contra outro Estado soberano constitui o crime de agressão – considerado o crime internacional supremo e o pior tipo de terrorismo contra o estado e o povo aflitos. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, exortou todos os estados a respeitarem a Carta da ONU depois que os três estados agressores lançaram seu ataque com mísseis mesmo sem a aprovação do CSNU e advertiu contra a escalada da situação na Síria. O pretexto para perpetrar este crime de guerra é claramente uma operação de bandeira falsa. Há evidências de que os Capacetes Brancos estão por trás dessa operação de falsa bandeira que foi encenada para justificar o ataque de mísseis. O “White Helmets” é uma organização de ajuda pseudo-humanitária fundada por um ex-oficial de inteligência britânico tornado mercenário, James Le Mesurier na Turquia em março de 2013 e financiado pelos EUA, Reino Unido e Japão. Os Capacetes Brancos trabalham em estreita colaboração com a Frente al-Nusra e outros grupos armados terroristas na Síria. Um ataque químico pelo governo sírio em Ghouta Oriental desafia qualquer lógica. A região acaba de ser libertada pelo Exército Árabe Sírio. O governo sírio basicamente venceu a guerra recuperando a maior parte do território que havia perdido para os grupos terroristas treinados, armados e financiados pela coalizão ocidental liderada pelos EUA, em uma tentativa fútil de efetuar uma mudança de regime na Síria. A Síria eliminou seu arsenal de armas químicas em um acordo mediado pela Rússia e pelos EUA em 2013 para que a Síria abrisse mão de seu estoque de armas químicas de destruição em massa. A primeira carga foi enviada em janeiro de 2014 e a última carga em 2015. Por outro lado, os grupos armados jihadistas que tentaram derrubar Assad demonstraram em vários casos terem realizado ataques químicos em uma clara tentativa de provocar uma maciça retaliação da coalizão liderada pelos EUA depois que Obama advertiu a Síria que o uso de armas químicas era uma "linha vermelha" que Assad não deveria atravessar. Ataques químicos em Idlib e Homs em 2012, que antes eram atribuídos ao governo sírio, foram posteriormente comprovados como tendo sido realizados pela Frente al-Nusra e outros grupos terroristas. Em 21 de agosto de 2015, a OPCW declarou que o ISIS era responsável por ataques químicos em Mare, na província de Aleppo. O governo sírio de fato convidou a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) para conduzir uma investigação do suposto ataque químico em Douma. Uma equipe de especialistas da OPCW chegou a Damasco e deve se dirigir à Douma para iniciar sua investigação. Os EUA, o Reino Unido e a França lançaram seu ataque antes mesmo de uma investigação imparcial que pudesse revelar a verdade e provar que, na verdade, era uma operação de bandeira falsa. A Rússia e a Síria afirmaram que o ataque com mísseis foi feito para prevenir e sabotar a missão de elucidação de fatos da OPCW. A ILPS conclama todos os povos amantes da paz do mundo e a comunidade internacional a condenar este último ato de agressão por parte dos EUA, Reino Unido e França contra um estado soberano em violação do direito internacional. A ILPS condena a intervenção contínua da coalizão ocidental liderada pelos EUA na Síria e suas tentativas de impedir uma solução pacífica para o conflito sírio. A ILPS apoia a justa luta do povo sírio para defender sua soberania nacional contra a agressão estrangeira e a dominação imperialista.
Por Prof. José Maria Sison Presidente (ILPS)
16 de abril de 2018