"400 crianças palestinas presas em prisões israelenses"
O número de crianças palestinas presas em presídios da ocupação israelense chegou aos 400, conforme revelado por Issa Qaraqe, diretor da comissão de detentos e ex-detentos.
Ele diz: “O número de crianças encarceradas tem aumentado nos últimos meses, chegando a 400 crianças presas em Ofer e Megiddo”.
“90% das crianças presas tem sido submetidas aos mais brutais tratamentos em seus interrogatórios. O governo ocupante (Israel) tem adotado uma política sistemática de detenção de menores, torturando-os e colocando-os em condições desumanas”.
“A detenção de menores é parte das leis racistas e arbitrárias deste governo, tanto pelas condições das detenções como pela emissão de penas muito longas, acompanhadas de multas de valor muito elevado, estipuladas por tribunais militares”.
Segundo Qaraqe, muitas crianças tem sido sentenciadas à detenção administrativa, como no caso de Nour Essa Attiyeh, de 14 anos, natural de Anata, ao norte de Jerusalém ocupada, que foi condenado a 3 meses de detenção administrativa.
A advogada da Comissão de detentos e ex-detentos, Hiba Masalha, declarou que o governo israelense, com seus soldados e detetives, tratam as crianças com muita violência assim que são detidas. Também declarou que cometem diversas formas de tortura e humilhação contra essas crianças, constituindo flagrante violação de toda a legislação humanitária internacional.
No caso de Yazan Saeed Hasham Al Batran, de 16 anos, natural de Tulkarm, que está detido desde 20 de julho deste ano, Masalha afirmou que ele está sendo mantido no canil da prisão de Megiddo. Afirma também que ele teria sido preso após ter sido atacado por três soldados israelenses.
“Em primeiro lugar, os soldados o empurraram, derrubando-o e imobilizando seus braços por trás. Então o golpearam com socos, chutes e coronhadas de fuzil. O garoto sofreu fortes golpes em suas costas, ficando com escoriações e contusões”.
Adiciona também que: “depois de terem-no golpeado, os soldados o detiveram e o obrigaram a subir em seu Jeep. Foi levado para a delegacia, onde permaneceu no chão, algemado e com os olhos vendados, da hora que chegou até às oito da noite. Então, foi levado para um centro de interrogatório não especificado e foi conduzido para uma sala, onde ficou algemado e vendado até a manhã seguinte”.
Completa que “Foi golpeado por guardas várias e várias vezes e foi privado do sono enquanto estava lá. Às 9 da manhã, foi levado para a sala de interrogatórios novamente e ao final da tarde foi transferido para a prisão de Megiddo, em Israel”.
Do Palestinalibre.org
Traduzido por Guilherme Nogueira