Luta de Classes e a Petrobras: necessidade da greve geral
Em plenária nacional, realizada entre os dias 1º a 5 de Julho, os petroleiros da FUP (Federação Única dos Petroleiros) aprovaram por unanimidade um calendário de lutas em defesa da Petrobras, dos recursos do pré-sal e da soberania nacional. As mobilizações se estenderão por todo o mês de Julho e aconteceram em todo o país. Foi aprovado também um indicativo de greve, que deverá ser preparada no decorrer do mês de lutas da categoria.
O calendário tem por objetivo fazer frente aos ataques que a estatal vem sofrendo por parte do imperialismo, com a ajuda decidida de seus fieis lacaios, como a grande mídia e os grandes e pequenos partidos políticos imbuídos pelo cretinismo parlamentar burguês. A prioridade dos petroleiros no momento atual é barrar PLS 131 do tucano José Serra, que visa generalizar a entrega do pré-sal para os monopólios imperialistas, assim como o plano de corte de investimentos e venda de ativos anunciado pela diretoria da empresa, que visa sucateá-la para entregá-la aos poucos, de forma dissimulada, para os mesmos monopólios.
Nesse contexto são os trabalhadores, em particular os terceirizados, os primeiros a sofrerem as consequências destas ingerências. Um boletim da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), de 20 de Junho, fala de 85 mil demissões já concretizadas e aponta a perspectiva desse número superar a marca dos 100 mil. Os desinvestimentos já anunciados, que atingem principalmente os setores de transporte, logística, óleo e gás, também promove o corte de outros postos de trabalho, por conta da desindustrialização que causa.
Entre as ações aprovadas pela FUP destacam-se atos nos principais aeroportos do país, assim como mobilizações e panfletagens nas unidades da Petrobras, como refinarias, terminais da Transpetro, unidades administrativas e usinas de biodiesel. Também serão feitas assembléias de base para deliberar o estado de greve geral.
Nos dias 17, 18 e 19 deste mesmo mês de Julho, será realizado o Congresso Nacional da FNP, no qual a FUP também foi convidada, abrindo perspectivas para a construção de uma ampla mobilização, em busca da unidade de todos os trabalhadores da Petrobras, para fazer frente às batalhas que este momento crítico os impõem.
Assim, a ferramenta da greve geral, combativa e classista, se apresenta como única alternativa aos trabalhadores da Petrobras para defender seus interesses e os da nação brasileira.
por Guilherme Nogueira