Pistoleiros atacam acampamento no MS
Na última sexta-feira (29), indígenas do povo Terena organizados pela Mobilização Nacional Indígena, do acampamento Terra Livre, sofreram um atentado na zona rural da cidade de Miranda enquanto trabalhavam no roçado. O acampamento, localizado às beiras da rodovia MS 488, foi alvejado por pistoleiros que dirigiam uma caminhonete Hilux branca. No momento em que os indígenas estavam no roçado à beira da rodovia, que dava acesso à aldeia Mãe Terra, os disparos efetuados feriram o indígena Jolinel Leôncio Terena.
O carro de onde os pistoleiros efetivaram os disparos pertencia ao latifundiário Amaral, segundo informações concedidas pelos habitantes locais que testemunharam o atentado. Após o acontecimento, cerca de 120 indígenas se dirigiram ao centro de Miranda para cobrar ações da polícia na delegacia. A atitude por parte do delegado, que disse aos indígenas que "Vocês estão vivos, se contentem com isso e deixem de reclamar", mesmo após haverem denunciado vários outros casos de ameaças por parte do fazendeiro Amaral, demonstrou que a polícia local agiu em conluio completo com as forças latifundiárias. Após o atentado realizado contra os indígenas, longe de se mobilizarem em defesa da população, os policiais cercaram a casa e a fazenda de Amaral, sob pretexto de retaliações que os índios pudessem tomar contra ele e sua família.
Uma liderança indígena local, quanto ao atentado, deu a seguinte declaração: “Mãe Terra é uma retomada que já tem dez anos. Aqui tem escola, tem roça, tem vida. Aqui, desde que retomamos, a vida ressurgiu e com ela a saúde de nosso povo. Não assistiremos nosso povo ser massacrado e atacado. Se for por direito a viver uma vida digna e em paz, lutaremos e retomaremos nossos territórios. Não daremos um passo atrás.”
por Alexandre Rosendo